Os presidentes e vice-presidentes setoriais da UNI Américas se reuniram nos dias 10 e 11 de abril para avaliar o plano de ações de 2016 e elaborar um novo planejamento para o próximo período.

Para Roberto Von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a análise de conjuntura coletiva mostra que há uma reorganização das elites neoliberais em diferentes países e que elas, nos mais distintos locais se apresentam como modernidade. “Não são. Estão construindo uma falsa realidade que está sendo chamada de ‘posverdade’, que é uma mentira sustentada por emoção ou comoção popular, repetida como um mantra e que é típica das propagandas das guerras”, alertou o presidente da Contraf-CUT, que é, também, vice-presidente da UNI América Finanças e foi o responsável pela análise de conjuntura sociopolítico e econômica do Brasil na mesa que analisou a conjuntura nas américas.

Von der Osten disse ainda que as elites são donas da indústria da informação, da mídia, e para elas é muito fácil produzir posverdades. “Fizeram isso no Brasil para construir o golpe contra a democracia e agora estão construindo a narrativa da necessidade da reforma da Previdência (senão ela vai quebrar), da terceirização e flexibilização de direitos trabalhista (para gerar novos empregos), das privatizações (a iniciativa privada é mais eficiente) e da necessidade do Estado ser mínimo e estar subordinado ao mercado”, disse.

Esta estratégia midiática vem convencendo as pessoas a acreditar que as reformas são boas para o trabalhador. E, por isso, o Executivo, Legislativo e o Judiciário dos países seguem confortavelmente pilhando direitos trabalhistas, direitos humanos e concentrando riquezas nas mãos de poucos. “Mas esta realidade virtual criada pelas posverdades não resiste a uma simples pergunta: o projeto das elites é inclusivo ou excludente?”, disse o presidente da Contraf-CUT.

Para Von der Osten, tem muita gente sendo ludibriada pelo massacre de “posverdades”, mas tem muita gente que já acordou e está saindo às ruas para resistir, observando que já ocorreram greves gerais na Argentina e no Chile, fortes mobilizações nos países do Cone Sul e reações a governos de direita e neoliberais em vários continentes. “Este é o momento em que precisamos protestar nas ruas e construir a Greve Geral no dia 28 de abril no Brasil”, disse o presidente da Contraf em tom de convocação aos trabalhadores.

Os acordos comerciais na nova configuração política global após as eleições norte-americanas; a avaliação do plano de trabalho desenvolvido em 2016; elaboração do plano de trabalho e definição de prioridades para o período atual (2017); apresentação de planos específicos Colômbia, Peru e Chile; e preparação da 16ª reunião do Comitê Executivo da UNI-Américas, que será realizado em Julho, eram os pontos de pauta da reunião, que também serviu para a apresentação do Secretário Regional, Marcio Monzane. Esta foi a primeira reunião geral comandada pelo novo Secretário Regional da UNI Américas, que foi eleito em dezembro de 2016, na 4ª Conferência Regional da UNI Américas realizada em Medellin, Colômbia.

O Secretário de Relações Internacionais da Contraf, Mario Raia, também participou da reunião.

Sobre a UNI Américas
A UNI Américas é a representação regional do UNI Sindicato Global dos trabalhadores do setor de serviços, que congrega 900 sindicatos filiados e 140 países em todo o mundo. A Uni Américas representa 4 milhões de trabalhadores das américas e do Caribe.

Fonte: Contraf-CUT