A UNI-Sindicato Global, a Contraf-CUT, a Fetec São Paulo, o Sindicato de São Paulo e a Fetec Paraná reuniram-se nesta quinta-feira 18 com a direção do HSBC no Brasil para discutir a assinatura de um acordo com o banco inglês que garanta os mesmos direitos trabalhistas e sindicais aos bancários em todos os 88 países em que atua.

Também participaram da audiência as entidades sindicais bancárias de 19 países que participam em São Paulo do seminário internacional de lançamento da campanha pela assinatura dos acordos marco globais no Santander e no HSBC.

Pelo HSBC, cuja direção mundial tem apresentado resistências à discussão do acordo marco global, participou da reunião toda a cúpula de relações humanas no Brasil, chefiada pela diretora de RH, Vera Saikali, e pelo diretor de Relações Sindicais, Antonio Carlos Schwertner, que na quarta-feira 17 havia participado como convidado da abertura do seminário internacional, que será concluído nesta quinta-feira 18.

O presidente da UNI Finanças, o suíço Oliver Röethig, abriu a reunião para explicar a importância dos acordos marco globais com os bancos multinacionais. "Uma empresa com atuação e visão global, como o HSBC, precisa ter um comportamento global não apenas nos negócios, mas também na relação com seus trabalhadores. E o que pretendemos com o acordo marco global é exatamente isso: que sejam garantidos os mesmos direitos para todos os seus trabalhadores em qualquer parte do mundo", disse Oliver.

Os presidentes da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e do Sindicato de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, ressaltaram a experiência positiva nas relações entre o movimento sindical e o HSBC no Brasil, que, apesar dos conflitos e das divergências de pontos de vista sobre muitos temas, construíram um canal de diálogo produtivo na busca de soluções para os impasses.

"Queremos mostrar ao HSBC que essa experiência de diálogo no Brasil pode ser um exemplo para sua atuação nos outros países, o que será positivo tanto para os trabalhadores como para o próprio banco", afirmou Marcolino, que também traçou um paralelo entre o processo de construção da Convenção Coletiva dos Bancários brasileiros e o acordo marco global.

"Hoje temos mais de 110 sindicatos de bancários no Brasil. Imagine como seriam as negociações do banco sindicato a sindicato e as diferenças regionais que isso poderia produzir. Para evitar isso, em 1992 construímos a Convenção Coletiva para todos os bancários de todos os bancos. O acordo marco global que estamos propondo é justamente isso. E achamos que o HSBC no Brasil pode dar uma importante contribuição nesse sentido", acrescentou o presidente do Sindicato de São Paulo.

A diretoria de RH, Vera Saikali, disse que a decisão sobre a assinatura de um acordo marco global cabe à matriz do HSBC, em Londres, mas se prontificou a dar a colaboração da direção do banco no Brasil para a busca desse entendimento.

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, avalia a reunião como positiva: "Queremos que a relação sindical que temos com o HSBC possa ser estendida a outros países e para isso achamos fundamental a participação da direção do banco no Brasil. Demos hoje um passo importante na direção da construção de um acordo marco global com o HSBC".

Também Márcio Monzane, diretor da UNI Américas, considerou a reunião com o HSBC positiva, por duas razões. "Em primeiro lugar, porque a direção do banco no Brasil, embora não tenha poderes para negociar o acordo marco global, pode levar sua experiência à diretoria mundial da empresa e contribuir para o entendimento. Além disso, a reunião também serviu para mostrar ao HSBC a importância do movimento sindical brasileiro e sua capacidade de se articular globalmente", avalia Márcio.

Participaram ainda da reunião com o HSBC o secretário-geral da UNI Américas Raul Requena; Stwart Dack, diretor da Unite, sindicato dos bancários do Reino Unido; Jayasri Priyalal, da UNI Ásia Pacífico; Carlos Alberto Kanak, coordenador da Comissão de Organização dos bancários do HSBC e secretário-geral do Sindicato de Curitiba, além de dirigentes sindicais da Espanha, França, Estados Unidos, Argentina, Malásia, Uruguai, Paraguai e Colômbia.

Fonte: José Luiz Frare

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