A União Europeia fechou acordo na madrugada de quinta-feira (27) para forçar investidores e poupadores ricos a compartilharem os custos de futuras falências bancárias.

Após sete horas de negociações, os ministros das Finanças dos 27 países do bloco chegaram a um esboço de plano para fechar ou salvar bancos em dificuldades.

O acordo estipula que acionistas, detentores de títulos e poupadores com mais de ? 100 mil euros dividam o fardo de se salvar um banco.

O acordo é bom para líderes da UE, que se reúnem mais tarde nesta quinta em Bruxelas, e podem mostrar que estão finalmente enfrentando com determinação a crise financeira que começou em meados de 2007.

“Pela primeira vez, concordamos sobre um mecanismo para proteger contribuintes”, disse o ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem, referindo-se ao processo em que acionistas e detentores de títulos têm que suportar os custos da reestruturação.

As regras quebram um tabu na Europa de que poupadores não devem nunca perder seus depósitos, embora os países tenham alguma flexibilidade para decidir como e quando impor perdas aos credores de bancos em falência.

“Eles podem afetar os depositantes alemães assim como podem afetar qualquer outro investidor no mundo”, disse o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, após a reunião.

CRISE FINANCEIRA

Contribuintes em grande parte da Europa tiveram que pagar por uma série de resgates bancários profundamente impopulares desde o início da crise financeira que se espalhou pelo bloco ameaçando o futuro do euro.

A União Europeia gastou o equivalente a um terço de sua produção econômica para salvar seus bancos entre 2008 e 2011 usando dinheiro de contribuintes, mas lutando para conter a crise e, no caso da Irlanda, quase falindo o país.

De acordo com as regras, que entrarão em vigor até 2018, os países serão obrigados a distribuir perdas equivalentes a até 8% dos compromissos de um banco.

A Europa pode agora se focar em construir o próximo pilar de um projeto para unificar a supervisão e suporte bancário na zona do euro, conhecido como união bancária.

Fonte: Folha de S.Paulo / Agência Reuters