São Paulo – Dezenas de trabalhadores da Fininvest foram demitidos nos últimos dias pela financeira do Unibanco, que está fechando diversas unidades. As dispensas ocorrem pouco tempo depois que o grupo, incluindo o Itaú, assumiu o compromisso com o Sindicato de criar um centro de realocação para evitar as demissões.

"A postura da Fininvest é lamentável e digna de repúdio. Esse é o presente de 1o de Maio que a empresa está dando para os trabalhadores. O clima na financeira está insuportável, ninguém sabe quantas lojas serão fechadas nem o número de demitidos. Embora não represente oficialmente os funcionários da Fininvest, o Sindicato dos Bancários vai cobrar uma justificativa do Unibanco, pois a empresa assumiu um compromisso conosco justamente para evitar as demissões", explica o diretor do Sindicato Carlos Miguel Damarindo, o Carlão.

Como a homologação das demissões dos funcionários da Fininvest não é feita no Sindicato, o número de dispensados ainda é uma incógnita. "Vamos cobrar e queremos respostas do Unibanco. Em vez de dispensar esses empregados, o banco deveria colocá-los no centro de realocação. Várias agências e departamentos do Itaú e do Unibanco estão trabalhando com um número de funcionários bem abaixo do necessário. Essas demissões são um desrespeito não só com os trabalhadores, mas com os clientes também", afirma Carlão.

Ramo financeiro – O Sindicato dos Bancários defende que todos os trabalhadores que prestam serviço para os bancos sejam enquadrados numa única categoria do ramo financeiro. "Os bancos cada vez mais segmentaram seu corpo funcional e criaram várias categorias que ficaram à margem da Convenção Coletiva Nacional dos Bancários. Queremos representar todos os trabalhadores que trabalham como bancários, mesmo porque deveriam ter os mesmos direitos da categoria. Além do mais, teremos mais mobilização e força se todos formos bancários", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato. Ele lembra que vários bancos, entre eles o Itaú, em processo de fusão com o Unibanco, são organizados em holdings, várias empresas que pertencem ao mesmo dono. Apesar disso, os trabalhadores não têm o mesmo direito.

Fonte: Seeb/SP