Em visitas realizadas às agências do Unibanco em Belo Horizonte, o Sindicato têm percebido que diversos funcionários que pediram demissão por falta de motivação têm buscado respeito e reconhecimento que não alcançaram no banco, em outras instituições.

Exemplo disso é o novo Código de Ética e Conduta Profissional que o banco disponibilizou no seu Portal Corporativo e está obrigando seus funcionários a aderirem através da assinatura digital.

Para o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, esse Código de Ética configura-se, na prática, em assédio moral já que causa constrangimentos ao fazer ameaças aos funcionários. Exigências absurdas como as proibições de "tratar assuntos pessoais no ambiente de trabalho, executar tarefas sem eficiência e rapidez e comparecer ao local de trabalho com trajes e aparência pessoal inadequados", fazem parte desse Código.

Para o funcionário do Unibanco e diretor do Sindicato, Ramon Peres essas práticas levam a dúbia interpretação por parte dos gestores, sendo uma perigosa arma para justificar demissões. "Esse Código de Ética possui regras discriminatórias e muito subjetivas que dão margem para que os gestores e a direção do banco justifiquem demissões injustas e perseguição de funcionários. Gostaria de saber o que é executar as tarefas sem eficiência e rapidez? As pessoas são diferentes, e não se pode aplicar advertências e nem cartas de apreensão se um funcionário atendeu um cliente mais rápido do que outro funcionário, caracterizando disputas pessoais entre os trabalhadores. Não existem parâmetros de comparação e nem critérios para isso", destaca.

Na opinião do funcionário e diretor do Sindicato, Kennedy Santos, o Unibanco renovou, em abril de 2009, sua Política de RH-Regulamento Disciplinar, nos moldes primitivos, retroagindo aos tempos da ditadura militar. "Os funcionários estão apavorados e trabalhando sob pressão pelo cumprimento de metas absurdas e com certeza passarão a adoecer mediante tamanha pressão", denuncia.

Os gestores promovem semanalmente reuniões com seus funcionários em que são definidas as metas abusivas. Segundo Ramon Peres, essas reuniões, nada mais são que práticas de intimidação e tentativas de colocar medo nos funcionários que não atingirem suas metas. "Até os AAs receberam metas para vender 60 PLINs no semestre, que dificilmente serão cumpridas. Além de não ser tarefa destes profissionais, com certeza ficarão sujeitos às penalizações do Regulamento Disciplinar. Denúncias recebidas pelo Sindicato dão conta de que nessas reuniões o gestor sempre ameaça dizendo que se as metas não forem alcançadas, as agências migrarão para o modelo do Itaú, mas os funcionários não", finaliza.

Fonte: Seeb/BH

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