A medida liberaria recursos destinados a provisões, com impactos positivos no capital. Equivaleria, assim, a uma capitalização dessas instituições. A Caixa, por exemplo, já estaria com seus limites de expansão de crédito próximos às regras de Basileia e precisaria de uma capitalização. Nas reuniões já realizadas, o Tesouro se posicionou contra a estratégia de usar a Emgea.
Os defensores da ideia, contudo, a consideram uma solução também para BNDES e BNB e não descartam nem o Banco do Brasil. Por enquanto, ainda não há uma análise sobre o impacto da medida na alavancagem do crédito nas instituições públicas e quais critérios seriam usados para a transferência desses empréstimos problemáticos à Emgea.
Tecnicamente, segundo assessores do governo envolvidos no debate, os créditos ruins seriam "vendidos" para o Tesouro e repassados à Emgea, que faria a cobrança dos débitos, dando um alívio de caixa às instituições.
O balanço da Caixa do primeiro trimestre mostra que ela já está muito próxima do capital mínimo exigido. Pelas regras do Banco Central, para cada R$ 100 em empréstimos, o banco precisa ter R$ 11 de patrimônio como uma espécie de reserva. É o chamado índice de Basileia, que no Brasil é de 11%. O da Caixa é de 12,8%. Em geral, o Banco Central não espera o banco chegar ao limite, e o fato de se aproximar do patamar mínimo já é motivo para adequação.
Fonte: Valor Econômico / Edna Simão