Ao tratar de um possível alívio nas condições do pacote à Grécia, Barroso foi bastante cauteloso. "Há uma vontade de fazer mais pela Grécia e apoiar medidas de crescimento, desde que o país respeite os compromissos assinados", afirmou ele, ressaltando que a nação tem feito um grande esforço fiscal, mas ficando um pouco aquém do esperado em termos de reformas estruturais e de privatização. Nos últimos dias, surgiram especulações de que a Europa poderia aliviar alguns termos do acordo e os próprios políticos gregos chegaram a cogitar uma revisão.
Barroso se irritou com um jornalista canadense, que perguntou por que a América do Norte deveria arriscar os seus ativos para emprestar mais dinheiro a instituições como o FMI para eventualmente ajudar a Europa, um continente rico e poderoso.
O português destacou que a Europa é quem mais terá de colocar dinheiro no FMI, tratando-se, como bloco, da maior economia do mundo. Também afirmou que a Europa não precisa de lições de ninguém, que a crise se originou na América do Norte, por conta de práticas financeiras heterodoxas, e que os europeus não reclamam disso.
"E somos democráticos, como nem todos os países do G-20 são", afirmou ele. Van Rompuy fez coro com Barroso, destacando que fazer reformas em democracias é muito mais difícil do que em regimes autoritários. "Entendemos os problemas dos outros, e queremos que os outros entendam os nossos."
Fonte: Valor Online