Enquanto se aguarda na Câmara dos Deputados a chegada de mais uma denúncia-crime contra o presidente ilegítimo Michel Temer, líderes governistas prometem tentar votar já nesta semana algumas propostas que fazem parte da chamada reforma política.
Do seu lado, a CUT tem denunciado o caráter antidemocrático das propostas dos governistas e apontado as mudanças necessárias para democratizar o sistema político brasileiro, limitando a influência do poder econômico que tem causado, por meios legais e pela corrupção, profundas distorções em nosso sistema representativo.
Os deputados querem aprovar as mudanças no sistema eleitoral até quarta-feira (20), antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) enviar para a Casa a nova denúncia contra Temer, prevista para quinta-feira..
Entre as inovações defendidas por governistas está o criticado distritão, que favorece o voto em pessoas e a reeleição de políticos e personalidades já conhecidos.
Apesar da disposição da bancada governista, ainda é incerta a possibilidade de que a reforma política seja mesmo votada agora. Uma parte dos deputados já acha a aprovação em bloco inviável e sugere tentar votar uma pauta mínima de alterações eleitorais, incluindo a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais.
O prazo para aprovar as mudanças nas regras eleitorais a tempo delas terem validade no pleito de 2018 termina no começo de outubro.
Propostas da CUT
O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirma – em entrevista ao programa Lado a Lado da TV Contraf – que são necessárias mudanças profundas no sistema político brasileiro.
Em primeiro lugar, Vagner defende que a reforma deve valorizar os partidos políticos, que têm propostas gerais para a sociedade. Para ele, uma pessoa não pode ser eleita apenas “porque tem visibilidade, porque ela é conhecida ou porque ela tem dinheiro”.
Por isso, a CUT defende “um fundo de campanha público para que os partuidos conduzam as eleições e a sociedade possa fiscalizar”.
Vagner também dcefende a votação numa lista partidária, construída pelos partidos e buscando representar a diversidade de gênero, raça e geracional. “Nós defendemos um distrito misto com lista partidária, respeitada a diversidade”.
Segundo o presidente da CUT, a proposta do distritão é perigosa. “Eles querem passar uma reforma política que vai só privilegiar os deputados que já está na Casa, que já são deputados”. Assim, “quem tiver mais poder econômico e for conhecido da mídia vai se eleger”. A consequência é que o Congresso Nacional não vai representar toda a população brasileira.
Vagner Freitas relaciona o voto em lista com o fortalecimento dos partidos. “Os brarsileiros ganhariam muito se tivéssemos partidos políticos fortes que defendessem ideias divergentes”.
O presidente da CUT denuncia a grande imprensa privada, porque ela deliberadamente engana a população ao vincular o financiamento público de campanha com a falta de recursos para políticas púvlicas sociais. “Não é verdade. Já está congelado o investimento em Educação, Saúde, Transporte e Segurança por uma determinação do governo e não tem nada com o financiamento de campanha”.
Vagner enfatiza que “se não tiver financiamento público de campanha só vai se eleger quem tiver dinheiro. O trabalhador não vai se eleger”.
Confira a seguir a íntegra da entrevista de Vagner Freitas.