O ex-presidente da BB DTVM, Alberto Monteiro de Queiroz Netto, será o diretor de Finanças do Banco do Brasil. Ele ficará responsável por toda a área de tesouraria local e internacional do banco. Queiroz despediu-se ontem da BB DTVM, onde trabalhava há nove anos, os três últimos como presidente. O novo presidente, João Ayres Rabello Filho, deverá tomar posse esta semana, ainda sem data definida.

Funcionário de carreira do BB, Queiroz fez um trabalho de especialização na gestora, criando áreas de ações, multimercados e renda fixa na BB DTVM. Com isso, foram criadas novas carteiras que ampliaram a fatia de aplicações de renda variável e crédito no banco. Os fundos de ações cresceram de R$ 24 bilhões em 2006 para R$ 43 bilhões, e os multimercados, de R$ 30 bilhões para R$ 43 bilhões. A parcela de títulos privados nas carteiras dos fundos da BB DTVM também cresceu, de R$ 21 bilhões para R$ 45 bilhões. "Fomos grandes tomadores e financiadores da dívida privada, mesmo durante a crise", observa Queiroz Netto. Com tudo isso, a BB DTVM ganhou mercado e ampliou seus ativos de R$ 182 bilhões para R$ 265 bilhões. "Faltou apenas o projeto de internacionalização, que não avançou muito pelas condições externas", diz.

Não é a primeira vez que a BB DTVM terá um presidente que não é funcionário de carreira. Antes de Queiroz Netto, presidia a distribuidora Nelson Rocha Augusto, do Banco Ribeirão Preto.

Rabello Filho estava na presidência do Banco Concórdia desde agosto de 2007. Sua saída deixa um ponto de interrogação em relação ao futuro do banco e da corretora Concórdia, fundados pelo grupo Sadia. Essas instituições financeiras quase colocaram por terra o projeto de fusão da Sadia com a Perdigão. A Perdigão não queria que a fusão envolvesse as instituições financeiras. Para que o negócio se concretizasse, acabaram ficando de fora, ligadas aos controladores da Sadia. Mas perderam a vantagem de ter acesso às empresas da cadeia produtiva do frigorífico.

A tarefa do executivo era estruturar a organização e desenvolvimento do projeto financeiro do grupo Sadia, que incluía também a expansão da Concórdia Corretora de Títulos e Valores Mobiliários e dos fundos de investimento. A Concórdia afirmou não ter nada a declarar a respeito. Antes disso, Rabello Filho presidiu os bancos Fibra e o Excel. Ele é graduado e tem mestrado em Engenharia Industrial pela Universidade de São Paulo.

Fonte: Valor Econômico / Angelo Pavini e Maria Christina Carvalho