O Banco do Brasil (BB) assina, hoje, com o grupo Yoki Alimentos convênio de integração no valor de R$ 110 milhões para financiar a produção de agricultores que fornecem produtos processados pela a empresa. O convênio vai beneficiar 3 mil produtores rurais de milho, pipoca, amendoim, mandioca e soja em cerca de 30 municípios de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Estão em vigência cerca de 30 convênios nesse programa do Banco do Brasil, chamado de BB Convir, envolvendo aproximadamente R$ 3 bilhões nas áreas de agroindústria, avicultura e suinocultura. Outro exemplo de convênio desse tipo é o que a Petrobras tem com produtores de mamona, soja e girassol para a produção de óleo combustível.
Pelo BB Convir, o Banco do Brasil financia pequenos e médios produtores rurais que têm convênios de integração com uma grande agroindústria, que garante a compra dos produtos e dá assistência técnica. Com a venda garantida, o risco do banco é praticamente inexistente. "Não temos nenhum caso de inadimplência nesse modelo", disse o vice-presidente de negócios internacionais e atacado do BB, Allan Toledo.
A operação com a Yoki é a décima consecutiva. O convênio começou em 1999 com R$ 6 milhões e foi sendo anualmente renovado e ampliado. Na safra anterior, somava R$ 85 milhões.
O convênio permitiu à Yoki garantir o suprimento doméstico para milho altamente expansível para pipoca, disse o presidente da indústria, Mitsuo Matsunaga. Até há 10 anos, o Brasil importava todo esse tipo de milho que consumia, da Argentina e Estados Unidos.
Dentro do convênio, a Yoki começou a trazer a semente de milho do exterior para repassá-la a agricultores do Rio Grande do Sul, localizados principalmente na parte mais alta da serra gaúcha. Atualmente, informou Matsunaga, o país importa apenas 10% a 15% do milho de pipoca consumido.
O empresário contou que foi ideia do BB criar o convênio, há cerca de 10 anos, diante das dificuldades do banco junto a produtores rurais. Com base no contrato de compra do produto feito pela agroindústria, o banco financia o custeio do produtor tendo segurança de que terá preço e determinado valor apurado. "É bom para os três lados", disse Matsunaga.
A Yoki, que tem 50 anos de existência, projeta faturar R$ 950 milhões neste ano, tem 4 mil empregados, distribuídos em nove unidades fabris, das quais sete mais ativas, e centros de distribuição espalhados pelo país.
Fonte: Valor Econômico / Maria Christina Carvalho, de São Paulo