O economista e ex-presidente do BNDES, Demian Fiocca, deverá ser o novo presidente da Nossa Caixa, que desde o fim do ano passado é controlada pelo Banco do Brasil (BB). Nos últimos dias, o BB promoveu mudanças em 14 de suas 27 diretorias.
Fiocca está sendo alçado à presidência da Nossa Caixa pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de quem foi auxiliar muito próximo dentro do governo. Quem deixa o cargo é Paulo Bonzanini, que até fins de 2008 era diretor de varejo do Banco do Brasil e havia se aposentado para assumir a presidência do banco paulista.
Fiocca foi secretário de assuntos internacionais do Ministério do Planejamento entre 2003 e 2004, quando a pasta era comandada por Mantega. Depois, acompanhou o ministro, como vice-presidente, quando este foi nomeado para o comando do BNDES. Tornou-se presidente do banco de desenvolvimento após Mantega assumir a Fazenda. Em 2007, deixou o BNDES para ser diretor da Vale do Rio Doce. No mês passado, saiu da empresa em meio a um processo de enxugamento, motivado pela crise financeira internacional.
A presidência da Nossa Caixa é um cargo apenas temporário. A marca Nossa Caixa vai desaparecer. Em cerca de um ano o BB espera estar adiantado no processo de incorporação do banco. Fiocca terá pela frente o desafio de integrar as atividades de bancos com culturas diferentes. No primeiro trimestre, os ajustes contábeis no balanço causaram perda de R$ 349 milhões à Nossa Caixa.
Ao contrário de Bonzanini, funcionário de carreira há mais de 30 anos do BB, Fiocca não tem experiência nas instituições financeiras. Ele foi economista-chefe do HSBC Bank Brasil.
Nos últimos dias, o BB promoveu também mudanças na sua diretoria. Já eram esperadas novas nomeações porque alguns cargos ficaram vagos depois que quatro diretores foram promovidos à vice-presidência. O cargo de diretor, que só pode ser ocupado por funcionários de carreira, está no terceiro degrau da hierarquia do BB, abaixo do presidente e dos vices.
As mudanças no comando do banco federal começaram em abril, depois que Mantega nomeou Aldemir Bendine para a presidência da instituição. Bendine substituiu Antonio Francisco de Lima Neto.
Dos 27 diretores, 12 foram mantidos nos cargos que estavam e 3 foram remanejados. Outros 11 funcionários de carreira foram promovidos para a diretoria. Uma diretoria, de finanças, continua vaga. Segundo o BB, todos os promovidos vieram do degrau hierárquico imediatamente inferior, que inclui gerentes-executivos, superintendentes regionais, entre outros.
Fonte: Valor Econômico