A situação de liquidez do sistema financeiro local e internacional já "melhorou bastante" nos últimos meses, em relação ao que ocorreu no auge da crise global até agora, em outubro e novembro do ano passado, na opinião do presidente do Itaú, Roberto Setubal.

Para justificar essa análise ele citou, por exemplo, as taxas de juros do financiamento de automóveis, que atingiram seu pico em novembro de 2008, e vêm caindo deste então.

Setubal também ressaltou que o índice de renovação das linhas externas captadas pelos bancos, que tinha caído abaixo de 30% no pico da turbulência, agora já supera 50%, sendo que no caso do Itaú está um pouco melhor.

O presidente do Itaú destacou ainda que o financiamento imobiliário tem apresentado uma demanda "curiosamente consistente", o que ele qualificou como uma "surpresa positiva". Segundo Setubal, as contratações em janeiro foram quase iguais às de setembro, quando ainda não havia o efeito da crise.

Para a carteira de crédito como um todo em 2009, o Itaú mantém a previsão de expansão de 10% a 15%, com comportamento semelhante no nível de empréstimos para pessoas físicas e jurídicas.

Ao comentar sobre por que as taxas de juros cobradas ainda não voltaram ao nível pré-crise, já que a liquidez melhorou, o presidente do Itaú lembrou que os índices de inadimplência têm mostrado tendência de alta, tanto entre os consumidores como entre as empresas.

Setubal, afirmou ter a expectativa de que o Banco Central aprove a fusão da instituição com o Unibanco "nas próximas semanas". A autoridade monetária tem de aprovar o negócio antes das agências de defesa da concorrência.

De acordo com o presidente do Itaú, o processo de integração está sendo preparado para começar assim que sair esta autorização.
Após o aval do BC, Setubal prevê que deve levar mais algumas semanas até que as ações das duas instituições tenham a negociação unificada na Bovespa.

Portanto, a troca de ações deve ser efetivada ainda no primeiro trimestre, segundo o executivo.

Fonte: Valor Econômico