A venda da folha de pagamentos da Prefeitura Municipal de João Pessoa para o Banco de Brasília (BRB), pelo valor de R$ 60 milhões terá impacto no bolso do servidor que arcará com as multas da quebra de contrato e enfrentará um serviço ainda mais precário. Desde novembro de 2018,  a folha é processada pelo Bradesco, que fechou o acordo através de um processo licitatório.  Para o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida, as negociações feitas na calada da noite são uma afronta aos servidores e aos trabalhadores do Bradesco. Ele alerta para a redução de postos de trabalho, aumento das filas e problemas que os servidores enfrentarão com essa mudança em cima da hora, proposta pela Prefeitura de João Pessoa.

“A categoria bancária e a sociedade em geral já sofrem com essa onda de fechamento de agências físicas, abertura de agências digitais e diminuição no número de trabalhadores bancários que precarizam o atendimento e aumentam a pressão dos bancos sobre os funcionários. Agora, com mais problemas que ocorrerão com essa mudança de banco por parte da prefeitura da capital, vamos recorrer ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público do Trabalho para que investiguem essa negociação milionária e, mesmo que a licitação não seja obrigatória, que seja um processo transparente, que não prejudique os servidores públicos municipais e os nossos representados”, concluiu Lindonjhonson Almeida.

“Com as 12 agências e mais de 16 postos de atendimento do Bradesco, os servidores já enfrentam filas e atendimento precarizado, imaginem com as três agências prometidas pelo BRB que passa a operar os pagamentos ainda em janeiro?”, criticou o sindicalista.

Ainda segundo Lindonjhonson, quando da compra da folha da prefeitura de João Pessoa, em 2018, o Bradesco abriu mais agências, deslocou funcionários até de outros estados e contratou novos empregados. “E agora, haverá fechamento de agências e demissões?” questiona.

O sindicalista reforça que desde novembro de 2018 que a folha é processada pelo Bradesco, que a adquiriu através de um processo licitatório. “Portanto, a recente negociação enseja uma série de questionamentos. Como vai ficar o atendimento aos servidores municipais em três agências, quando o Bradesco um número muito maior e ainda sim não é suficiente para a alta demanda?”, questiona Lindonjhonson.

Saiba mais:
– São mais de 250 trabalhadores no Bradesco que dão suporte aos servidores e aposentados da Prefeitura de João Pessoa. O BRB diz que vai colocar três agências e mais sete ao longo do ano, contra as 12 agências e mais de 16 postos que o Bradesco
– Desde novembro de 2018 que a folha é processada pelo Bradesco, que a adquiriu através de um processo licitatório. A recente negociação enseja uma série de questionamentos pois não passou por o mesmo modelo.
– Quem garante que o BRB vai conseguir instalar 10 agências bancárias em João Pessoa, seguindo todos os trâmites legais, inclusive para a contratação de funcionários em tempo hábil, uma vez que começa a processar a folha a partir de janeiro de 2023?
– Em João Pessoa, o Bradesco possui 12 Agências, 16 Posto de Atendimentos, 59 correspondentes bancários e 250 funcionários.