“Não precisava nem ouvir o que foi falado na reunião. Basta ver a tranquilidade que Rubem Novaes tem para tocar o banco como se o Banco do Brasil fosse um banco privado, que em nenhum momento se colocou para contribuir com a solução do problema das filas na Caixa (Econômica Federal)”, observou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “O BB está alheio a tudo isso que está ocorrendo com a Caixa e, mesmo com toda sua importância, se tornou um coadjuvante”, completou.
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, também falou sobre o assunto. “Não é a primeira vez que o Guedes deixa claro sua intenção de privatizar o Banco do Brasil. O banco já tinha sido incluído na lista de empresas a serem privatizadas e depois houve o recuo por causa da repercussão que a declaração teve. Mas, sem falar em privatização, o banco vem sendo vendido aos poucos. Suas partes mais rentáveis já foram vendidas e vai chegar uma hora que vai ficar só o ‘esqueleto’”, disse. “Esta é a hora de a gente usar todas as formas possíveis para denunciar esta manobra e mostrar para a sociedade o que ela pode perder com a venda do banco”, completou.
Além dos ministros, os presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal estavam presentes na reunião e tiveram a oportunidade de ver e ouvir a declaração de Guedes ao vivo.
Falta de transparência
Para Fukunaga, este é um dos motivos que faz com que o governo lute tanto contra a divulgação da íntegra do vídeo da reunião. “Não tem nada de ‘questão de segurança nacional’. O fato é que, se o vídeo na íntegra vier a se tornar público, muitas das tramoias que o governo faz por baixo dos panos podem vir à tona, como a intenção de venda do banco”, disse Fukunaga.
A divulgação, ou não, da reunião tem sido o principal tema discutido na política nacional. A divulgação da íntegra do vídeo depende de determinação judicial.