A privatização do principal banco estatal paulista, em novembro de 2000, foi um dos grandes golpes do governo de Fernando Henrique Cardoso. Suporte financeiro do Estado de São Paulo, a venda do Banespa para o Santander por R$ 7 bilhões (a avaliação do governo foi de R$ 1,85 bilhão) significou um marco na investida neoliberal contra a economia do país, dada a sua solidez e à importância de sua atuação na economia paulista.
Foram seis anos de luta contra a privatização do Banespa, de 1994 a 2000, com intervenção a partir da madrugada de 31 de dezembro de 1994, às vésperas da posse do governador Mario Covas (PSDB).
Resistência e morte
Até o último lance do processo de privatização, Vilela esteve firme na resistência. Lutou com todas as suas forças físicas e mentais, formulando estratégias, estimulando os funcionários a não desistirem da perspectiva de impedir a venda do banco, fosse nas manifestações de ruas, ou na elaboração de textos, atos, recursos jurídicos, enfim, todas as formas de combate.
Paulista de Taubaté, Vilela adotou o Rio como sua cidade. Fundador do PT e da Articulação Bancária, em 1986 teve participação decisiva em defesa da filiação do Sindicato dos Bancários na CUT.
O processo da privatização, dizem os seus companheiros, "matou o Vilela". Na verdade, foi uma jornada de enorme desgaste. O cansaço e a decepção pela venda do banco ao espanhol Santander contribuíram fortemente para o infarto que lhe tirou a vida em 11 de dezembro de 2000.
Fonte: Seeb Rio