Uma homenagem póstuma, sem lágrimas nem tristeza. Assim foi o comportamento do auditório diante dos 13 depoimentos sobre o sindicalista Antonio Carlos Vilela (1948-2000), durante ato realizado na quarta-feira (19), no Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, para lembrar os 10 anos da privatização do Banespa, ocorrida em 20 de novembro de 2000, 21 dias antes de sua morte.

Golpe neoliberal

A privatização do principal banco estatal paulista, em novembro de 2000, foi um dos grandes golpes do governo de Fernando Henrique Cardoso. Suporte financeiro do Estado de São Paulo, a venda do Banespa para o Santander por R$ 7 bilhões (a avaliação do governo foi de R$ 1,85 bilhão) significou um marco na investida neoliberal contra a economia do país, dada a sua solidez e à importância de sua atuação na economia paulista.

Foram seis anos de luta contra a privatização do Banespa, de 1994 a 2000, com intervenção a partir da madrugada de 31 de dezembro de 1994, às vésperas da posse do governador Mario Covas (PSDB).

Resistência e morte

Até o último lance do processo de privatização, Vilela esteve firme na resistência. Lutou com todas as suas forças físicas e mentais, formulando estratégias, estimulando os funcionários a não desistirem da perspectiva de impedir a venda do banco, fosse nas manifestações de ruas, ou na elaboração de textos, atos, recursos jurídicos, enfim, todas as formas de combate.

Paulista de Taubaté, Vilela adotou o Rio como sua cidade. Fundador do PT e da Articulação Bancária, em 1986 teve participação decisiva em defesa da filiação do Sindicato dos Bancários na CUT.

O processo da privatização, dizem os seus companheiros, "matou o Vilela". Na verdade, foi uma jornada de enorme desgaste. O cansaço e a decepção pela venda do banco ao espanhol Santander contribuíram fortemente para o infarto que lhe tirou a vida em 11 de dezembro de 2000.

Fonte: Seeb Rio

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