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Crédito: CUT

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Integração regional só irá acontecer de fato quando todos os países da América Latina tiverem o mesmo padrão elevado de direitos trabalhistas e sociais, tais como carteira assinada, aposentadoria digna e previdência social. Para tanto, é imprescindível que o movimento sindical da região esteja profundamente unido e seja autônomo e livre.

O presidente da CSA (Central Sindical das Américas), Victor Baez, e o presidente da CUT, Artur Henrique, insistiram nesses dois pontos durante o debate que abriu nesta sexta-feira, dia 30, em São Paulo, o Seminário Sindical Internacional, promovido pela CUT como parte das celebrações do 1º de Maio.

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"Nós, trabalhadores da América Latina, queremos trabalhadores e trabalhadoras mais organizados, e menos sindicatos pouco representativos ou dispersos", disse Baez. O dirigente também defendeu que o movimento sindical deve priorizar a aliança com entidades do Hemisfério Sul, e não apenas o modelo tradicional de aliança com sindicatos do Hemisfério Norte. "Isso inclui as centrais africanas", destacou.

Para Artur, "a integração continental deve acontecer a partir da integração dos direitos trabalhistas e sociais do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras de todos os países". Segundo ele, a região deveria adotar a Plataforma Laboral das Américas e a agenda do trabalho decente da OIT como instrumentos para atingir esse objetivo.

"Esse tem de ser o pilar de um novo modelo de desenvolvimento que não preconize crescimento puro e simples, enquanto trabalhadores adoecem ou morrem em nome de conceitos neoliberais como competitividade". Porém, advertiu Artur, "sem liberdade e autonomia sindical, esse novo modelo não será possível".

Artur também apresentou a "Plataforma da CUT para as Eleições 2010", que será lançada oficialmente amanhã, nos 27 estados e em todas as cidades onde as entidades cutistas realizarem atos políticos em comemoração ao Dia Internacional da Classe Trabalhadora. "Aqui temos um conjunto de aproximadamente 200 propostas concretas para conduzir o Brasil para um novo modelo de desenvolvimento, com distribuição de renda, igualdade de oportunidades e valorização do trabalho, rumo à sociedade socialista".

Ambos também enfatizaram a importância da manutenção do Estado como indutor do desenvolvimento. "A América Latina está mostrando como é possível eleger governantes que façam crescer a nossa democracia. Todos nós sabemos que um governo de direita no Brasil nesse momento será um retrocesso. Por isso, nós do movimento sindical internacional temos a nossa candidata aqui no Brasil", disse Victor Baez, em referência à Dilma Rousseff.

Para o ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, o atual período histórico da América Latina representa, com gradações diferentes entre os países, uma ruptura com séculos de dominação, colonialista ou pelas elites locais. "Houve um tempo, não muito distante, em que um presidente olhava, do alto, uma manifestação de trabalhadores, e pensava: ‘Olha só que belo assunto para uma tese acadêmica’. A conquista do Estado, pela maioria da população, os trabalhadores, precisa ser mantida", conclui.

Ao encerrar o debate, o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, disse que "nós do campo da esquerda precisamos fortalecer a nossa comunicação porque, sem isso, vai ser difícil sair do isolamento. Continuaremos sendo excluídos do noticiário pelos meios de comunicação que defendem os interesses do tucanato, da direita".

Fonte: CUT

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