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Bancários defenderam BNB como banco público e novas conquistas

Após dois dias de intensos debates na sexta-feira e sábado, dias 24 e 25, os delegados e as delegadas do 19º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil aprovaram a pauta de reivindicações específicas que será encaminhada à direção do BNB banco. O evento, realizado no Hotel Blue Tree Rio Poty, em Teresina, foi promovido pela Contraf-CUT, com o apoio do Sindicato dos Bancários do Piauí.

Pela Contraf-CUT, participaram o vice-presidente Carlos de Souza, a secretária-geral Ivone Silva, o secretário de Finanças, Roberto von der Osten (Betão), e o secretário de Assuntos Jurídicos, Alan Patrício.

Para Carlos de Souza, o 19º Congresso, que contou com mais de 100 delegados e delegadas, foi o melhor dos últimos anos. “Participamos de um encontro plural com a participação de todas as correntes do movimento sindicais e delegados de todos os estados do Nordeste, privilegiando a unidade nacional”, destacou.

Principais decisões

Entre as principais deliberações, os participantes aprovaram a elaboração de um calendário de mobilizações, com a realização de dias nacionais de luta pelo menos uma vez por mês, para cobrar do banco a solução para os principais problemas enfrentados pelo funcionalismo, tais como: revisão do PCR, isonomia, assédio moral, situação da Capef e Camed, entre outras questões.

“O objetivo é pressionar a direção do banco para atender reivindicações que estão na mesa permanente de negociação há muito tempo e que o BNB promete, mas não resolve”, reclama Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Os delegados e as delegadas aprovaram ainda a manutenção do BNB na mesa única de negociação e o modelo de luta pela valorização do piso com aumento real de salários, a luta pela eleição de diretores executivos na Camed e na Capef, a cobrança pela realização com mais frequência de cursos presenciais para aperfeiçoamento profissional, fim da co-participação dos funcionários na Camed, com o BNB assumindo este ônus, combate à terceirização seguida pela convocação de novos concursados, além da cobrança para a realização da eleição de um Conselheiro Administrativo Representante dos Funcionários.

Tomaz sugeriu ainda que seja realizado um seminário de avaliação dos 25 anos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que deve ser debatido ainda no âmbito da Comissão Nacional e se realizar ainda este ano

Fortalecimento do BNB como banco público

No painel “BNB: Desafios e Perspectivas de um Banco Público” foi debatida a importância do BNB para o desenvolvimento do Nordeste.

Segundo Carlos Sousa, com o advento do projeto neoliberal, os bancos públicos, incluindo o BNB, sofreram um agressivo ataque de destruição, com sucateamento e redução drástica da categoria.

“Quem ficou, enfrentou perseguição, retirada de direitos e congelamento de salários, entre outras mazelas. O objetivo era minar os bancos públicos para facilitar os processos de privatização e vários companheiros chegaram a cometer suicídio por não suportarem as demissões e o processo de terror”, comentou o dirigente da Contraf-CUT.

“O BNB terminou a década de 90 com pouco mais de três mil funcionários, com rumores de ser vendido e sem a mínima perspectiva. Por fim, minaram a Caixa de Previdência, que hoje prejudica seriamente os funcionários da ativa que atualmente não têm como se aposentar, pois teriam seu salário reduzido em até 60%. Isso é desumano”, completou Carlos de Souza.

Ele criticou ainda o processo de reestruturação recentemente implantado pela direção do Banco, de forma unilateral. “Os trabalhadores não têm culpa se o banco quer agora mudar uma estrutura voltada para o clientelismo, fato que ele mesmo criou. Se quer mudar, ótimo, mas não com o chicote nas costas dos trabalhadores”.

Carlos de Souza convocou os funcionários do BNB à luta: “não adianta ficar sentado esperando os sindicatos agirem por todos. É necessário que os próprios funcionários se unam aos sindicatos e mostrem a sua força de mobilização à direção do banco”, salientou.

Luta por uma gestão ética

Os participantes aprovaram também a luta pelo afastamento dos quatro diretores da gestão Roberto Smith, alvos de denúncias de práticas de irregularidades; a reivindicação por avaliação diferenciada do BNB pelo Sistema Financeiro Nacional, em decorrência também de sua atuação diferenciada; além de aprovar moção de repúdio contra a terceirização ilegal no banco.

Desta forma, o funcionalismo debateu a necessidade de uma gestão ética e a apuração de irregularidades que ocorreram no banco nos últimos anos.

Participação

O 19º Congresso contou com a participação da Fetrafi Nordeste, Fetec-CUT/Centro Norte e Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, além dos sindicatos das regiões onde o banco atua.

“Participamos de um Congresso que apostou bastante na organização dos trabalhadores. A plenária final também foi bastante forte e participativa. Sem dúvida, esse foi o reflexo do Congresso. Poucas divergências e todas elas resolvidas em âmbito democrático”, enfatiza Carlos de Souza.

“Por fim, destaco a organização do Sindicato do Piauí, que recebeu os delegados muito bem, com uma boa estrutura e o empenho de todos os funcionários da entidade”, conclui o vice-presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT com Seebs Piauí e Ceará