Um estudo da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês – International Air Transport Association), que avaliou o resultado de 12 privatizações ou concessões de aeroportos realizadas na Europa, América Latina e Oceania, aponta que a administração de aeroportos pelo setor privado em geral aumenta o custo das tarifas aeroportuárias e, consequentemente, das passagens aéreas.

Os dados foram apresentados na terça-feira (30) pelo gerente geral da Iata Brasil, Filipe Reis, durante a conferência Aeroinvest, em São Paulo. Ele citou casos internacionais em que as tarifas foram elevadas, como nos aeroportos de Atenas, Lima e Sidney, todos concedidos a empresas privadas em 2001, avaliando que a tendência é que as taxas aeroportuárias também subam após a privatização dos aeroportos no Brasil.

Segundo Reis, as taxas subiram 50% nos primeiros cinco anos após a privatização na Inglaterra, entre 2003 e 2008, e devem subir mais 50% até 2013. O novo aeroporto de Atenas, construído para receber os turistas que foram assistir à Olimpíada 2004, começou a operar em 2001 com tarifas 500% maiores do que o aeroporto antigo e está em terceiro lugar no ranking mundial de cobrança de taxas.

No de Sidney (Austrália), não houve aumento de tarifa após a concessão, mas os preços tinham dobrado um ano antes do leilão para garantir a lucratividade dos grupos privados. Em Lima, o governo optou por um modelo que previa o pagamento de royalties de 46% da receita do aeroporto, mas a concessionária criou novas taxas, como verificação de bagagem e conexões, para assegurar a obtenção de lucros exorbitantes.

O preço das tarifas aeroportuárias impacta diretamente no valor das passagens aéreas, chegando a 11% da receita das empresas aéreas, o equivalente a US$ 42 bilhões por ano, segundo a Iata. No Brasil, as taxas cobradas pela Infraero são menores do que a média e representam cerca de 7% da receita das empresas. A estatal fez este ano um reajuste de tarifas, o primeiro em 14 anos.

Fonte: Hora do Povo