Os valores levados pelos criminosos são motivo de especulação na polícia. Há relatos de vítimas que perderam fortunas de até R$ 5 milhões. "Isso pode virar o Banco Central de São Paulo", afirma um delegado do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), referindo-se ao maior ataque a um banco da história do País, o furto de R$ 164 milhões do Banco Central de Fortaleza, ocorrido em 2005, que até virou filme.
Quatro pessoas procuraram a polícia ontem – uma delas foi direto ao gabinete do secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto. Nesse caso, a pessoa queria saber para quem devia entregar a lista com os objetos levados do cofre que ela alugava no banco.
"O banco informou a delegacia, mas o caso ficou na normalidade burocrática", diz Ferreira Pinto. O Itaú diz que não tem se manifestado sobre o roubo para proteger o sigilo dos clientes.
Ladrões na dianteira
Só na segunda-feira (5) o expediente com o boletim de ocorrência chegou ao Deic, enviado pela delegacia dos Jardins por malote comum usado para a entrega e troca de documentos entre os departamentos da polícia. A normalidade burocrática deu aos bandidos uma semana de dianteira sobre a polícia. "Tem um buraco no caminho", diz o delegado do Deic.
A polícia sabe que os bandidos – seriam 16 ao todo – usavam jalecos cinza como se fossem prestadores de serviço atuando na manutenção da agência bancária. O sistema de alarmes foi desligado na central de monitoramento na hora do crime. Não se sabe por que isso ocorreu.
Os bandidos estavam calmos e chegaram a pedir lanches. Isso despertou na polícia a suspeita de que tivessem apoio externo ou informações sobre o funcionamento da agência. Funcionários do Itaú já foram ouvidos. Ninguém foi preso até terça-feira (6).
Roubo no Tatuapé
Oito homens roubaram na terça-feira à tarde a agência do Santander do Shopping Metrô Tatuapé, na zona leste. O bando escapou antes da chegada da PM. Não foi informada a quantia levada.
Fonte: O Estado de S.Paulo