Crédito: Agência Senado – Geraldo Magela
Agência Senado - Geraldo Magela
A greve nacional dos bancários voltou ao debate no Senado da República na quinta-feira 8. Após o pronunciamento do senador Paulo Paim (PT-RS), na última terça 6, foi a vez do senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) fazer um apelo aos banqueiros, para que concedam o aumento salarial reivindicado pelos bancários, encerrando a greve da categoria.

Clique aqui para acessar a notícia com o vídeo do pronunciamento do Paim disponível pelo site da Contraf.

A discussão virou notícia no site do Senado, com acesso ao discurso e áudio. O parlamentar fez referência à luta dos seringueiros na década de 80, em analogia aos bancários. Ele afirmou que recebeu manifesto assinado por diversos deputados estaduais do Acre prestando apoio ao movimento.

Mesquita Júnior registrou a mudança de perfil da categoria diante da automação dos bancos. "A automatização dos bancos tem gerado milhares de demissões na categoria. Os bancos usam e abusam dessa condição para explorar de forma indevida uma categoria que prestou e tem prestado relevantes serviços ao país", afirmou Mesquita. "Por detrás de uma máquina tem pessoas, pais e mães de família. Estamos banalizando uma situação que não deve ser banalizada", completou.

Para o parlamentar, "é necessário que os banqueiros, que têm auferido lucros fantásticos neste país, tenham um mínimo de sensibilidade, dando aos bancários uma recomposição salarial mínima para fazer face as suas obrigações".

Apartes

O senador Paim, que no seu pronunciamento havia lido trechos da carta enviada pelo presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, a todos os senadores e deputados, pediu aparte ao parlamentar para ratificar o que havia mencionado. "É inaceitável que aqueles que mais faturaram em toda história deste país, e não só neste ano, se neguem a dar um reajuste digno a categoria", diz.

"A maioria das categorias que negociaram tiveram inflação com mais de 5%. Estranho que os banqueiros, que tiveram lucro fabuloso, com certeza maior que 90%, 100% das demais empresas do país, não queiram dar um reajuste de 5%", completou Paim.

O senador Arthur Virgílio (PSDB – AM), que também pediu aparte, porém, se restringiu a questão dos seringueiros e nada falou sobre a greve dos bancários, no melhor estilo dos tucanos, que no governo FHC arrocharam os salários nos bancos federais e privatizaram dezenas de bancos e outras empresas públicas.

Mobilização da sociedade

Mesquita informou que tem recebido vários e-mails pedindo sua interferência nas negociações e disse que os banqueiros precisam ser mais sensíveis às reivindicações de seus funcionários.

O senador Mão-Santa (PSC-PI) que presidia a sessão, leu ao final do pronunciamento do senador acreano, a carta emocionada de um bancário exigindo valorização e respeito aos trabalhadores que colaboram com os ótimos resultados atingidos todos os anos pelas instituições financeiras do país.

"A população brasileira tem que colocar para fora todo o seu sentimento de humanidade e compreender que essa categoria é importante e sempre será, apesar de dezenas e milhares de demissões que têm ocorrido", concluiu Mesquita.

Agradecimento

A Contraf-CUT agradece as manifestações dos senadores em apoio a greve dos bancários. "Isso reforça o diálogo com a sociedade brasileira e ajuda a aprofundar o debate sobre o papel do sistema financeiro", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT, com Agência Senado

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