A diarista Maria Lina Tavares Gomes, de 51 anos, foi assassinada com um tiro na cabeça na tarde de quarta-feira (14) em Goiânia. Após sacar aproximadamente R$ 1.572 em uma agência do Itaú próxima ao Shopping Flamboyant, a vítima foi abordada por dois homens em uma motocicleta.

A mulher é a 48ª vítima do crime conhecido como "saidinha de banco" na capital. Foi a terceira morte neste ano, no qual já havia sido registrado aumento de 161,11% nos oito primeiros meses em relação a 2010. Ainda não há informações sobre os autores do crime.

O ato de sacar dinheiro em agências transformou-se em atitude de altíssimo risco. Conforme notificações da Associação dos Bancos do Estado de Goiás (Asban) só neste ano mais de 100 correntistas foram atacados por assaltantes nas imediações dos estabelecimentos bancários localizados na capital e em municípios vizinhos. O número é 450% superior ao registrado em 2010, quando foram notificados 18 casos de roubo desta natureza.

Segundo a Polícia Militar (PM), das 48 pessoas que tiveram quantias em dinheiro roubadas logo após o saque, três foram assassinadas.

A morte violenta da diarista chamou a atenção das autoridades que atuam na área de segurança pública devido ao valor roubado pelos criminosos, considerado pequeno. Até alguns meses, os acusados deste tipo de crime tinham preferência por atacar pessoas que efetuavam o saque de grandes quantias em dinheiro.

Procon vai intensificar fiscalização em bancos

O crime de "saidinha de banco" tem sido facilitado pelos bancos. A afirmação é do Procon Goiânia, que pretende intensificar a fiscalização das mais de 200 agências da capital.

A intenção é assegurar o cumprimento da Lei Municipal 8.911 que prevê atendimento humanizado com a implantação de divisórias, painéis ou outros meios que individualizem e garantam privacidade no atendimento em agências e postos de atendimento, evitando a ocorrência de crimes desse tipo.

O órgão informou que a maioria dos casos de crime de "saidinha de banco" ocorridos em Goiânia aconteceram com clientes de agências que insistem em descumprir a lei e não tem instalado as divisórias.

O delegado André Abrão, da Delegacia do Consumidor, concorda com a ação do Procon e explica que as principais formas de prevenção são a conscientização dos clientes e a fiscalização as agências para que cumpram as adaptações previstas em lei. Ele salientou que conter esse tipo de crime é uma das grandes preocupações da Polícia Civil que tem tido êxito em grande parte dos casos, identificando os autores dos crimes.

Fonte: Jornal 820 com O Popular