Crédito: CUT
CUT "A tarefa do Prêmio CUT é fazer um resgate histórico, contribuir para a sociedade fazer uma reflexão sobre o presente, olhando para o futuro". Com esta frase, Artur Henrique, presidente da CUT, resumiu, nesta sexta-feira (18), para jornalistas da imprensa sindical, bloqueiros e veículos parceiros, que foram cobrir o 5º Cartas da Mesa – encontro de conteúdo da Rede Brasil Atual – quais são os objetivos do Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre!

Segundo ele, o "sempre" não está no nome do Prêmio CUT por acaso. A luta por democracia e liberdade é permanente, tem de ser feita sempre, disse Artur, complementando: "é preciso manter acesa a chama. É preciso ser militante sempre".

Militantes, como os blogueiros progressistas que vêm contribuindo fortemente para manter acesa esta chama, disputam com os grandes grupos de comunicação espaços importantes para subsidiar a população com informações claras que mostram os dois lados das notícias. E a Blogosfera, o primeiro meio de comunicação de massas autônomo do país, será homenageada pelo Prêmio CUT, durante a cerimônia que será realizada no dia 13 de dezembro, no TUCA, em São Paulo.

Com relação ao resgate da história, o presidente da CUT explicou que é fundamental, especialmente para que a juventude saiba como foi difícil e doloroso conquistar direitos tão caros para todos como democracia e liberdade.

Para Artur, este resgate ajuda os jovens a compreender que é preciso lutar para que não haja retrocesso como o que está ocorrendo em alguns países da Europa, onde, por conta da crise econômica, governos mais alinhados com as práticas de esquerda e compromissos com o social vêm perdendo espaços para candidatos de direita.

Na opinião de Artur, um fato central, pilar da crise, foi a queda do primeiro-ministro grego, George Papandreou, obrigado a renunciar ao cargo porque queria ouvir a população sobre as medidas de ajuste fiscal que o FMI impôs ao país para emprestar recursos. "Ele foi pressionado porque queria ouvir o povo – como não ouvir o povo que vai ser mais prejudicado pelo arrocho? – a liberdade de ouvir o povo é fundamental para o futuro da democracia".

Outro fato grave, citado pelo dirigente da CUT, é que, também por conta da crise econômica, o direito de ir e vir das pessoas está sendo cada vez mais atacado, em países da Europa e nos Estados Unidos. E, disse ele, aqui no Brasil iremos pelo mesmo caminho se não tomarmos cuidados.

"No México, estão pensando em colocar cercas elétricas na fronteira. Nos Estados Unidos, a polícia retirou na marra os ativistas do movimento Ocupe Wall Street. Eles foram impedidos de acampar em uma praça. Aqui no Brasil, ou fazemos uma reforma política, com votos em lista, ou só vai se eleger quem tiver muito dinheiro, os grandes proprietários de terra, empresários e banqueiros. Ficaremos sem representação (no poder legislativo)", alertou.

O fato é que, independentemente do governo ser conservador ou progressista, a luta pela ampliação dos direitos tem de ser feita sempre. E, para isso, argumentou Artur, o movimento social e sindical tem de se unir e traçar estratégias unificadas, caso contrário, fica cada um com sua pauta de mais de 100 itens sem nada conseguir.

A presidente da Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo, Maria da Glória Abdo, que cedeu o espaço para a realização do "Cartas na Mesa", referendou as palavras de Artur. Segundo ela, só a luta permanente garante os direitos. "A falta de mobilização fez com que a gente perdesse direitos".

Juvândia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ressaltou a importância das pessoas se indignarem, se mobilizarem para contribuir para que as mudanças sejam feitas. Isso foi tão importante em sua vida que ela desistiu de ser juíza, sonho de uma jovem que ansiava por fazer justiça – ela fez direito mas optou pela trabalho sindical – e virou dirigente sindical.

"Quando descobri os interesses que tinha por trás da aprovação das leis, dois anos antes de terminar a faculdade, percebi que era tudo ao contrário, tinha de suberveter a ordem, mudar a legislação, inverter as coisas. Minha escola passou a ser o movimento sindical", destacou.

Tanto Artur quanto Juvândia ressaltaram que para fazer justiça social, lutar por democracia e liberdade, é preciso fazer muita mobilização e pressão. Para eles, essa é a única maneira de se conquistar transformações absolutamente importantes para os brasileiros. Caso contrário, disse Artur, "chegaremos a 2014 muito bem, com ótimos números de redução da miséria, sem aprovar a PEC do trabalho escravo, reforma política e reforma tributária".

Artur finalizou dizendo que um dos papéis do Prêmio CUT é justamente contribuir para que as pessoas sejam informadas sobre o passado, reflitam sobre o presente e construam ações para transformar o futuro.

Sobre o prêmio

Começaram no dia 1º de novembro e termina no dia 30 as votações para o 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre 2011. No dia 1º de dezembro, a CUT anuncia os nomes dos vencedores. Não serão divulgadas votações parciais.

A cerimônia de entrega será no dia 13 de dezembro, no TUCA (Teatro da Universidade Católica), em São Paulo. Os premiados receberão um troféu criado pelo artista plástico Elifas Andreato.

O objetivo do prêmio é homenagear personalidades e entidades que lutaram pela redemocratização do Brasil durante a ditadura militar de 64-85 – a mais longa fase de privação das liberdades e dos direitos no país -, e também as que lutam para aperfeiçoar o regime democrático brasileiro, defendendo o exercício da liberdade.

Escolha seus candidatos

O público pode votar em cinco das seis categorias do prêmio CUT. A escolha da (o) homenageada (o) para receber o prêmio da 6ª categoria, destinado a Personalidade ou Instituição de Destaque na luta pela democracia e liberdade, será feita pela Executiva da CUT com a colaboração de pessoas comprometidas com os valores que norteiam a premiação. Esse grupo também indicou nomes que vão concorrer nas demais categorias.

Conheça os indicados para cada uma das categorias nas quais você poderá votar e ajude a CUT a escolher o vencedor:

Categoria 1: Personalidade de destaque na luta pela Redemocratização do Brasil

Indicados: Idibal Pivetta; Maria Augusta Capistrano; e Rosalina de Santa Cruz.

Categoria 2: Personalidade de destaque na luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos

Indicados: Frei Beto; Clara Charf; e Gegê.

Categoria 3: Personalidade de destaque na luta por Democracia e Direitos dos Trabalhadores

Indicados: Maria da Penha; Abdias Nascimento; e Virgílio Gomes da Silva.

Categoria 4: Personalidade de destaque na luta por Democracia e Justiça no Campo

Indicados: Dom Pedro Casaldáliga; Valdir Ganzer; e Manoel da Conceição.

Categoria 5: Instituição de destaque na luta por Democracia e Liberdade

Indicados: Movimento dos trabalhadores sem Terra (MST); Central Única das Favelas (CUFA); e Central dos Movimentos Populares (CMP).

Como votar

Para votar, basta acessar o site da CUT (www.cut.org.br) e clicar no banner do 1º Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre, onde está escrito "Clique aqui e vote nos seus candidatos"; depois, clique onde está escrito "escolha seus candidatos". Você pode também acessar diretamente o endereço do prêmio (http://premio.cut.org.br) e clicar direto onde está escrito "escolha seus candidatos" – no alto da página.

Escolha seu candidato na categoria um, clique em cima do nome para confirmar seu voto; automaticamente, a página seguinte se abrirá na tela do seu computador mostrando os indicados da segunda categoria, escolha seu preferido, clique em cima do nome para confirmar seu voto; repita o processo até votar nas cinco categorias.

Atenção

Para concluir o voto, é preciso votar nas cinco categorias. Ao terminar, basta inserir seu e-mail e confirmar. Automaticamente, surgirá na tela do seu computador a efetivação do seu voto. Não aparecerão parciais dos resultados. Você receberá em seu e-mail uma mensagem de confirmação do seu voto.

É importante lembrar que, por motivos de segurança, haverá restrição de votação, ou seja, cada pessoa poderá votar apenas uma vez.

A história do Prêmio

No dia 13 de dezembro do ano passado, após o retrocesso nos debates políticos da última campanha eleitoral, com ataques aos direitos individuais dos brasileiros: discriminação contra união de pessoas do mesmo sexo e aborto, só para ficar em dois temas polêmicos -, a CUT realizou o ato Democracia e Liberdade Sempre, no Rio de Janeiro.

A data é simbólica. No dia 13 de dezembro de 1968 os brasileiros foram surpreendidos com um dos maiores atentos à liberdade individual e coletiva de toda a história do País.

A junta militar que governava o país com mãos de ferro desde o golpe de 1964, suspendendo as eleições direitas para o cargo máximo da nação – a presidência da república – instituiu neste dia o Ato Institucional 5.

O AI-5 deu ao general presidente da República poderes para cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, demitir ou aposentar juízes e outros funcionários públicos, suspender os habeas corpus em crimes contra a segurança nacional e legislar por decreto, ampliando os instrumentos de repressão da ditadura militar.

A mobilização popular trouxe de volta ao Brasil o espírito da liberdade, contribuindo decisivamente para a redemocratização do País. A democracia é uma ferramenta que facilita a preservação do estado de liberdade, mas a sociedade civil organizada precisa se manter alerta na defesa permanente desse direito.

Foi com esse espírito que a CUT realizou, no ano passado, o Ato Democracia e Liberdade Sempre, e é com este espírito que a CUT decidiu realizar a cada dois anos um evento de premiação em homenagem aos brasileiros e às brasileiras que lutaram e continuam lutando em defesa da democracia.

Com este prêmio, a CUT reafirma o princípio que rege a central desde a sua criação: a luta pela democracia e liberdade sempre.

Fonte: Marize Muniz – CUT