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CUT Foi em clima de entusiasmo, ousadia e disposição de luta que os diversos atores internacionais convocaram a luta solidária entre os povos para dar um basta ao capitalismo, ao imperialismo e militarismo, buscando alternativas aos abusos das transnacionais, à ditadura dos meios de comunicação, ataques ao bem-estar social e ao meio-ambiente.

O vermelho das bandeiras da Tunísia que tremulavam durante os discursos deram um tom especial a assembleia no Fórum Social Mundial (FSM) que reuniu entidades dos movimentos sociais de todos os cantos do planeta.

Militantes com suas diversas crenças, cores e ideologias, lutando pela autodeterminação dos povos e por um novo mundo, sem discriminação de raça, sexo, origem, religião ou orientação sexual.

“Tivemos uma participação muito rica e propositiva neste Fórum, fazendo o enfrentamento sob os princípios históricos da CUT de autonomia e defesa imediata da classe trabalhadora e dos povos oprimidos. Destaque também para a participação massiva das entidades que compõem a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), como a Marcha Mundial de Mulheres, movimento de estudantes, CTB, Unegro, Conam”, declarou Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT.

Em documento aprovado durante a assembleia, os movimentos exigem que a questão do colonialismo, do racismo e as reparações sejam consideradas uma problemática transversal na mobilização internacional. É esta herança colonial que conduz ainda hoje as políticas ultra-liberais.

Inspirado pela história das lutas e no poder renovador do povo em revolta, a Assembleia dos Movimentos Sociais convocou a todos/as para desenvolver ações coordenadas a nível mundial em um dia global de mobilização marcado para outubro. ‘Movimentos sociais de todo o mundo, caminhar para a unidade mundial para derrotar o sistema capitalista!’, diz o documento.

Durante a atividade, os presentes realizaram um minuto de silêncio em homenagem ao grande comandante bolivariano e eterno presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que faleceu em março deste ano. Na ocasião, também homenageou-se o dirigente da Frente Popular e líder da esquerda tunisiana, Chokri Belaid, assassinado no último dia 6 de fevereiro.

Mas o destaque principal ficou pelos gestos e gritos em apoio à causa Palestina vindos de representantes de todo o mundo árabe. Uma resposta solidária ao apartheid e ao genocídio sionista.

E após cinco dias de intensos debates, atividades culturais e uma rica troca de experiências, o Fórum Social Mundial terminou com uma marcha em apoio ao povo Palestino.

O ato ocorreu na mesma data em que se lembra o ‘Dia da Terra’ (30 de março). Foi neste dia que em 1976 o povo palestino sofreu um brutal e covarde ataque patrocinado pelo governo israelense.

Após o anúncio de um plano para confiscar mais terras em áreas árabes para construir novas colônias e ampliar as cidades judaicas, os palestinos promoveram uma greve geral e diversas manifestações.

De forma violenta e utilizando um grande aparato militar, o governo israelense reagiu às manifestações resultando na morte de seis jovens árabes, mais de 96 feridos e 300 presos.

A partir de então, o 30 de março tornou-se um dia de reflexão e de luta pela soberania e liberdade da população palestina.

O Brasil, recentemente, foi protagonista de um histórico encontro popular em solidariedade ao povo palestino. O Fórum Social Mundial da Palestina Livre reuniu em Porto Alegre mais de sete mil pessoas de cerca de 37 países diferentes, colaborando para o fortalecimento e a construção de estratégias mais concretas e efetivas de solidariedade à Palestina.

Políticas que sejam capazes de promover mudanças na realidade atual e findem no reconhecimento da Palestina como um estado soberano e livre da ocupação estrangeira, construindo o caminho da paz definitiva na região.

Fonte: William Pedreira – CUT