O PL 4330/2004, que busca legalizar a terceirização fraudulenta no país, será tema de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), no próximo dia 30. A iniciativa é dos deputados petistas Luiz Cláudio Marcolino, líder da bancada do partido na Alesp, e Beth Sahão.

De autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), o PL 4330 encontra-se atualmente na Câmara dos Deputados. A luta da Central Única dos Trabalhadores (CUT) contra o projeto conseguiu que a votação fosse adiada por diversas vezes.

Mais recentemente, os trabalhadores conquistaram o compromisso das bancadas do PT, PCdoB e de diversos parlamentares de outros partidos de impedir sua tramitação.

Segundo a assessoria de imprensa do deputado Marcolino, a audiência é uma resposta à demanda de diversos sindicatos e movimentos sociais. O objetivo é que após o debate sejam aprovados propostas e encaminhamentos contra o avanço do PL no Congresso Nacional. O que for aprovado na audiência será encaminhado à Câmara, em Brasília.

A mesa do evento ainda não foi fechada, mas serão convidados representantes de sindicatos, da CUT e do poder público. O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) foi convidado. Ele é integrante da CCJ e um dos parlamentares mais atuantes na luta contra o PL 4330. A audiência será no Auditório Paulo Kobayashi, das 9h às 12h.

Nocivo

Considerado uma ameaça à classe trabalhadora, entre outros pontos o projeto permite que as empresas terceirizem até mesmo suas atividades essenciais. O projeto também é criticado por ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), por presidentes de TRTs em todo o país e por entidades como a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho).

Aliás, a Anamatra lançou vídeos onde artistas como Vagner Moura, Camila Pitanga e Osmar Prado explicam os prejuízos que o projeto, caso aprovado, causariam ao Brasil.

> Clique aqui para ver o vídeo com Vagner Moura e Camila Pitanga.

> Clique aqui para ver o vídeo com Osmar Prado.

Trâmite

O PL 4330 saiu da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e foi para a Coordenação de Comissões Permanentes (CCP) da Câmara dos Deputados, na terça-feira 15.

O deputado federal e membro da CCJC Ricardo Berzoini (PT-SP) explica que isso ocorreu porque transcorreu prazo adicional de cinco sessões determinado pela mesa da casa sem que o projeto fosse votado.

Teoricamente, ainda segundo Berzoini, o PL 4330 está pronto para ir ao plenário da Câmara, mas o deputado lembra que foi feito acordo com as bancadas do PT, PCdoB e com diversos parlamentares de outros partidos para que o projeto não seja votado.

“Por definição política, o presidente da Câmara pode pautar o projeto no plenário, mas estamos trabalhando no sentido de reforçar que seria uma votação conflituosa e que a Câmara ficaria com uma imagem negativa, de que estaria com a intenção de retirar direitos e de pulverizar a organização sindical dos trabalhadores”, informou o deputado, lembrando que a bancada do PT continua trabalhando para que o PL 4330 não seja votado nem neste nem no ano que vem.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo