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Paralisações contra pressão das metas, assédio moral e práticas antissindicais

Em protesto contra o desrespeito aos direitos dos funcionários, a pressão das metas abusivas para venda de produtos, o assédio moral e o uso de práticas antissindicais, bancários do Santander realizaram, nesta quarta-feira (7), uma Jornada Internacional de Luta, com manifestações em todos os países onde o banco espanhol atua. Em Brasília, com o apoio do Sindicato, os trabalhadores fecharam quatro agências: uma no Sudoeste, duas no Setor Comercial Sul e uma em Taguatinga Norte.

“O Santander, que obteve lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no primeiro semestre de 2013, demitiu 2.290 bancários em todo o país, incluindo o Distrito Federal”, afirmou a secretária de Administração do Sindicato, Rosane Alaby, que também é funcionária do Santander. “É inadmissível que essas demissões aconteçam justamente no Brasil, país responsável por 25% do lucro do banco em todo o mundo”, acrescentou a dirigente sindical.

A atividade foi definida pela Rede Sindical do Santander, durante reunião promovida pela UNI Américas Finanças e Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS) no dia 9 de maio, em Assunção.

Uma edição especial do jornal Rede Global Bancária, elaborada em parceria com a Contraf-CUT, foi distribuída pelo Sindicato. A capa é igual em todos os países, com versões em português e espanhol, e o verso é específico para as demandas de cada país.

> Clique aqui para ler a edição brasileira do jornal.

Durante a atividade, os dirigentes sindicais também entregaram uma nota à população explicando os motivos dos atos. Insatisfeitos com a postura do Santander, clientes e usuários apoiaram o protesto realizado pelos bancários do DF.

Os trabalhadores cobram respeito, diálogo social e valorização no trabalho, com direito de sindicalização, negociação coletiva, liberdade de expressão, igualdade de oportunidades (ascensão profissional para todos) e fim das demissões, das perseguições, das discriminações e da rotatividade.

América Latina: 51% do lucro do Santander

O Santander lucrou 2,255 bilhões de euros no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. A América Latina participou com 51% do lucro mundial: Brasil (25%), México (12%), Chile (6%) e demais países – Argentina, Uruguai, Peru e Porto Rico (8%).

O restante veio do Reino Unido (13%), Estados Unidos (12%), Espanha (8%), Alemanha (5%), Polônia (5%), Portugal (1%) e Resto da Europa (5%).

Lucros bilionários e corte de empregos no Brasil

O Santander Brasil obteve lucro líquido de R$ 2,929 bilhões no primeiro semestre de 2013. Apesar disso, o banco seguiu demitindo trabalhadores e eliminou 2.290 empregos. Nos últimos 12 meses, o corte foi de 3.216 postos de trabalho.

“A extinção de vagas não se justifica. Esse modelo de gestão, baseado na redução de custos, através da rotatividade e da extinção de vagas, piorou ainda mais as condições de trabalho, sobrecarregando e adoecendo muitos colegas e prejudicando o atendimento e a fidelização de clientes”, frisa Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT. Não é à toa que o banco liderou pelo quinto mês consecutivo, em junho, o ranking de reclamações do Banco Central.

“Exigimos também mais contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho e garantir atendimento de qualidade aos clientes e usuários”, destacou o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) Anilton Macário, que também é bancário do Santander.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília

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