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Trabalhadores de BH indignados com a intransigência dos bancos

Para romper o silêncio dos bancos, os bancários que completam seis dias de greve nesta terça (24) sairão em passeatas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, intensificando a mobilização da categoria.

Em Belo Horizonte, a caminhada ocorre às 13h, pelas ruas do centro da cidade. Em São Paulo, os trabalhadores se reúnem a partir das 16h, no vão livre do Masp, para sair em passeata pela Avenida Paulista. A concentração de trabalhadores no Rio será a partir das 18h, na Candelária, para caminhada da Avenida Rio Branco até a Cinelândia.

De acordo com informações da Contraf-CUT, as paralisações chegaram nesta segunda-feira (23) a 9.015 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e no Distrito Federal, o que significa um crescimento de 23,8% em relação à última sexta-feira (20).

Em São Paulo a greve dos bancários se estendeu para os setores estratégicos de tecnologia da informação (TI) e paralisou os trabalhos em 648 locais, com a participação de aproximadamente 29 mil trabalhadores, segundo o Sindicato.

Indignação

“Os bancários estão cada vez mais indignados com o silêncio da Fenaban. Por isso o movimento se amplia rapidamente a cada dia em todo o país. Os banqueiros não atenderam às reivindicações da categoria na mesa de negociação e agora estão sentindo a força da mobilização”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, em nota da entidade.

Entre as principais reivindicações econômicas os trabalhadores estão reajuste de 11,93% (aumento real de 5%), piso de R$ 2.860,21 e pagamento de três salários mais parcela fixa de R$ 5.553,15 para Participação nos Lucros ou Resultados (PLR).

Um estudo do Dieese, com base no Censo 2010, aponta que 10% das pessoas mais ricas do Brasil têm renda média mensal 39 vezes maior que a das 10% mais pobres. Com base no Relatório Social da Febraban, o estudo mostra que no sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior.

No Itaú, por exemplo, os diretores recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 191,82 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, cada diretor embolsa em média R$ 5,6 milhões por ano, o que significa 119,25 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus diretores, a diferença é de 106,09 vezes.

“Há outros setores da economia, que não lucram tanto quanto os bancos, nos quais os trabalhadores estão conquistando aumento real. A categoria bancária está deixando claro às instituições financeiras que também não sairá desta campanha sem aumento real nos salários, valorização nos pisos e verbas, PLR maior e soluções para questões de saúde e condições de trabalho”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

Os trabalhadores também pedem mais contratações, combate à rotatividade e às terceirizações, fim da cobrança pelo cumprimento de metas abusivas, mais segurança contra assaltos e sequestros e igualdade de oportunidades, entre outros.

Após quatro rodadas de negociações, a Fenaban apresentou como proposta a reposição da inflação, medida em 6,1% pelo INPC de setembro de 2012 a agosto de 2014. E nada mais.

Mobilização

“As negociações só vão avançar se houver uma ativa participação da categoria na greve e em todas as atividades do Sindicato”, salienta o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar.

“Temos que reforçar a mobilização para exigir que os bancos atendam nossas justas reivindicações. O movimento está crescendo e, nesta terça-feira, realizaremos um grande ato e uma passeata para convocar ainda mais bancários para aderirem à greve. É fundamental que todos participem para que possamos fazer cada vez mais pressão sobre os bancos. Vem pra luta, bancário. Vem pra luta, bancária”, ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Cardoso.

Fonte: Contraf-CUT com Rede Brasil Atual