Crédito: Seeb São Paulo

Solidariedade. Esse foi o sentimento dos funcionários do Centro Administrativo Santander 1 (Casa 1), localizado na Rua Amador Bueno, zona sul, em relação ao ato organizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo contra as práticas antissindicais cometidas pelo banco na tentativa de inibir a livre organização dos trabalhadores.

Os trabalhadores que chegavam à concentração nas primeiras horas da manhã desta terça 3, de carro, ônibus fretado ou a pé, recebiam a Folha Bancária com os relatos envolvendo os dirigentes sindicais Adalto Uchoa, da Fetec-CUT/SP, e Rita Berlofa, do Sindicato, ambos perseguidos pelo banco após manifestação pacífica contra 400 demissões ocorridas na empresa no ano passado. Os trabalhadores recebiam os esclarecimentos e se afastavam das portas de entrada da concentração, ocupando as calçadas e ruas laterais.

"A adesão dos bancários foi emocionante. Eles entenderam o caráter do ato de repúdio ao desrespeito do Santander contra os direitos dos trabalhadores brasileiros", afirmou o diretor do Sindicato Marcelo Sá.

O presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, participou da manifestação ao lado de representantes de outras entidades – como os Sindicatos dos Bancários do ABC, Guarulhos e Jundiaí, além da Afubesp, Fetec-CUT-SP e Contraf-CUT. Adi criticou a postura do banco ao utilizar o interdito proibitório contra as manifestações.

"A política do Santander remonta à época da ditadura militar, quando tentavam impedir que os trabalhadores se organizassem, lutassem por seus direitos. Isso nós não toleramos e exigimos que o Santander respeite as leis brasileiras da mesma forma que faz na Espanha. Aliás, é chegado o momento de saber qual é o papel dessa instituição financeira no desenvolvimento econômico do Brasil". disse Adi.

Durante o protesto, a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, atacou a terceirização dos serviços bancários praticada pelo banco e que precariza as condições de trabalho. "O banco terceiriza para economizar à custa da saúde do trabalhador, com o único objetivo de aumentar ainda mais seu lucro. Essa política tem de ser revista. Para mudar essa realidade é necessário o empenho de todos. As pessoas não podem se submeter ao banco. E é contra essa exploração que lutamos, contra o desemprego e por condições de trabalho mais dignas".

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, também criticou a postura antissindical do Santander e convocou os trabalhadores da instituição financeira a participar ativamente da Campanha Nacional Unificada 2010. "De cada dez bancários, oito apontam o assédio moral e a cobrança por metas abusivas como prioridade para serem combatidas nessa campanha. Vamos lutar para que essas práticas acabem nas instituições financeiras, mas vamos insistir também no aumento real de salários, PLR maior, valores mais significativos nos vales-refeição e alimentação. Lutaremos por nossos direitos como a Constituição Federal nos assegura e não aceitaremos nenhuma forma de intimidação contra os trabalhadores ou sua organização".

A manifestação foi encerrada pela diretora do Sindicato e funcionária do Santander Rita Berlofa cobrando o banco para colocar em prática o discurso de se tornar o melhor banco no mundo para se trabalhar. "O Santander tem praticado em várias partes do mundo uma política colonialista. Só que os trabalhadores brasileiros não baixarão a cabeça e farão valer seus direitos. Exigimos e lutaremos por melhores condições de trabalho até que o Santander respeite seus funcionários não só no Brasil, mas em todas as partes do mundo", afirmou.

O ato, pacífico, foi encerrado às 10h com a entrada de todos os funcionários. No Casa 1 trabalham cerca de 1.600 pessoas, entre funcionários do Santander e terceirizados. Na concentração funcionam setores como o câmbio, contas a pagar, análise de risco, entre outros departamentos.

Fonte: Seeb São Paulo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *