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Passeata percorreu centro velho de São Paulo

A não correção da tabela do imposto de renda significa prejuízo no bolso dos trabalhadores. Esse foi o alerta dado pelo Sindicato à população nas ruas do centro velho de São Paulo, nesta sexta-feira 21.

"Se o governo não corrigir a tabela, boa parte do aumento real que os trabalhadores conquistaram será corroída pelo imposto de renda", advertiu a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, durante a caminhada.

Juvandia lembrou que 88% das categorias conquistaram aumentos reais em 2010. "A grande maioria das campanhas salariais de 2010 foram vitoriosas, com reajustes acima da inflação. Os comerciários tiveram aumento real, os químicos, os metalúrgicos e os bancários também, entre outras categorias. Se não houver correção, o assalariado que recebeu aumento vai mudar de faixa na tabela do imposto de renda e vai ter uma parte maior do seu salário comida pelo leão. Não podemos deixar que isso aconteça. Temos de pressionar", disse.

O Sindicato mandou carta à presidenta Dilma Rousseff e aos ministros Antonio Palocci, Guido Mantega e Miriam Belchior reivindicando a instalação de uma política perene de correção da tabela de acordo com a inflação do período, medida em 2010 pelo INPC em 6,47%. "Já avisamos que não abrimos mão da correção do imposto de renda. É preciso que a sociedade faça a mesma coisa e pressione", alertou Juvandia.

A secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, pediu a todos que mandem mensagens para os ministros, para a Câmara e para o Senado, pedindo a correção da tabela. "Todos os trabalhadores devem reforçar essa luta", conclamou.

Para esclarecer o assunto, os sindicalistas também distribuíram panfletos explicativos e mais uma vez utilizaram o humor: durante o trajeto, foram encenadas pequenas esquetes com personagens representando o leão do imposto de renda, os empresários e os trabalhadores.

CUT

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, também participou do protesto e lembrou que na próxima quarta-feira 26, CUT e demais centrais sindicais têm um encontro com o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Nessa reunião, serão discutidos correção da tabela, política de valorização do salário mínimo e reajuste para os aposentados. "Esses são três pontos fundamentais para que a economia brasileira continue crescendo e gerando empregos", afirmou.

Também presente ao ato, o secretário de Administração e Finanças da CUT, o bancário Vagner Freitas reforçou que a correção da tabela do IR é condição para que o trabalhador possa usufruir de seu aumento. "Se o governo adotar a mesma tabela do ano passado, o assalariado perderá boa parte do aumento conquistado. O ato de hoje é uma iniciativa do Sindicato, mas está longe de ser uma bandeira dos bancários apenas, deve ser defendida por todas as categorias", disse.

Inflação

Vagner explicou que a tabela deve ser corrigida todos os anos, principalmente por causa da inflação. "Se a cobrança do imposto de renda não levar em conta a inflação, todo ano o trabalhador perderá um pouco mais para o leão."
Um acordo entre as centrais sindicais e o governo Lula garantiu a correção da tabela em 4,5% entre 2007 e 2010. A tabela do IR ficou sem correção entre no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Arrecadação recorde

Se a tabela não for corrigida este ano, o governo terá arrecadação adicional de R$ 5,7 bilhões, de acordo com projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em 2010, ano em que ainda vigorava o pacto com o governo Lula e a tabela foi corrigida, a arrecadação bateu o recorde de R$ 826,065 bilhões, montante divulgado pela Receita na última quinta-feira 20. Ou seja, mesmo com a correção da tabela em 4,5%, a arrecadação do ano passado teve alta de 9,85% em relação a 2009.

"Esses dados mostram que o governo pode reajustar a tabela sem prejuízos. Não há justificativa para não haver correção. Com dinheiro no bolso o trabalhador consome mais e o governo arrecada mais sobre o consumo. Perde de um lado, mas ganha do outro", ressaltou Juvandia.

Fonte: Seeb São Paulo

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