itau_paralisacao_19072011.jpg
itau_paralisacao_19072011.jpg
Nesta terça-feira (19), com chuva e tudo, os bancários do Itaú paralisaram as atividades de três das 11 agências da Grande Jão Pessoa. A paralisação de 24 horas faz parte das manifestações que estão acontecendo em todo o país contra a onda de demissões e as precárias condições de trabalho. As atividades fazem parte do Dia Nacional de Luta, encaminhado pela Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), federações e Sindicatos, com o objetivo de denunciar a política de rotatividade do banco, que no primeiro semestre deste ano provocou o desligamento de quase 4 mil trabalhadores.

As entidades sindicais denunciam que as demissões vêm piorando as condições de trabalho. Para suprir a demanda dos clientes, trabalhadores estão sendo sobrecarregados, além de conviverem com desvios de função e a terceirização do serviço bancário.
A situação se repete em todo o país, conforme foi diagnosticado pelos dirigentes sindicais e denunciado nos fóruns de discussão dos bancários, como a 11ª Conferência dos Bancários do Nordeste, realizada em Recife-PE, nos dias 14 e 15 de julho.  "Não é só no Nordeste, mas em todo o país que os funcionários do Itaú estão sendo demitidos, ficando para os que permanecem no banco uma sobrecarga enorme de trabalho, em situações precárias, causando doenças de todos os tipos", ressalta Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paráiba e vice-presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi-NE).

 

Reportagem da Exame Finanças, na edição do dia 15 de junho, comprova que a empresa iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização interna "para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam".
As demissões estão ocorrendo em todos os setores do banco. Apenas nos meses de abril e maio, de acordo com a revista, cerca de 350 profissionais deixaram o banco, a maioria deles pertencente à área de crédito ao consumidor, que engloba a financeira e o segmento de cartões de crédito.
"Os bancários estão com medo de perder seus empregos, especialmente após a entrevista de Roberto Setúbal à revista Exame em que ele afirma que ‘é hora de cortar’", afirma Jair Alves,um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, coletivo que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco. "Os bancários enfrentam péssimas condições de trabalho, pressão constante por metas elevadas e sobrecarga de serviço que levam ao adoecimento", diz.

Além disso, os sindicatos recebem constantes denúncias de que gerentes operacionais estão deixando suas funções para assumir atendimento nos caixas. "Além dos malefícios contra os bancários, essa atitude mesquina do banco também prejudica a clientela que, além de pagar tarifas altíssimas, ainda tem de conviver com filas quilométricas", conclui César Estrela, funcionário do Itaú e  diretor do SEEB – PB.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *