São Paulo – Os bancários do Itaú Unibanco, do prédio da Praça do Patriarca, região central de São Paulo, seguem firmes na decisão de manter a greve mesmo com a pressão dos gestores. Na segunda 4, sexto dia de mobilização, eles se mantiveram concentrados na porta do local de trabalho, mas não entraram.

 

Já com o intuito de forçar a entrada, os bancos utilizam o interdito proibitório para impedir que os dirigentes fiquem na frente dos locais de trabalho. “A PM veio aqui junto com o oficial de Justiça. Mostramos a eles que a porta está aberta e não estamos impedindo ninguém de entrar. Apenas estamos conversando com os bancários. A categoria votou pedindo greve”, explica o dirigente sindical Júlio Cesar da Silva Santos.

Um bancário que começa seu expediente às 9h conta que foi acordado durante o fim de semana com um aviso de que entraria às 5 da manhã para não ser impedido pelo Sindicato de entrar. “Achei ruim, ainda mais porque foi feito por telefone. Mas vim já com a idéia de que não daria certo e não deu. O Sindicato já estava aqui na porta. Fiquei grato porque assim não traio meus colegas que também apóiam a greve”.

Uma bancária conta que seu filho está doente e mesmo com atestado, os gestores a deslocaram para outra agência. “Falei com meu gerente sobre a situação do meu filho. Ele tem somente dois anos e como ainda é muito pequeno, depende totalmente de mim, ainda mais que está doente. Mas me disseram para eu vir. Acham que estou dando desculpa para aderir à greve. Acho isso um absurdo. Primeiro tenho atestado médico e segundo, é um direito nosso fazer esse protesto”, comenta, indignada.

Celular desligado – Já acostumado a receber pressão em outros anos, um bancário comenta que ele e seu grupo de amigos, para não aceitarem a coação, preferiram seguir as orientações do Sindicato, desligando o celular ou deixando-o em casa. “O celular faz parte do nosso dia-a-dia como se fosse uma parte do nosso corpo. Mas, uma maneira que nós achamos de não sermos pressionados pelo gerente é deixá-lo em casa ou desligado. Assim, se eles ligam para nós ou para algum colega que está próximo, não conseguem nos localizar. Eu sei que o gerente não tem culpa, mas não estamos nem aí para a pressão que sofre. Afinal a reivindicação não é somente nossa, é de todos nós.”

Outra bancária conta que por vontade própria não sairia de casa. “Nós não gostamos de enfrentar nossos gestores e nem ficar em greve. Mas a única forma que encontramos para reaver nossos direitos é através de manifestações. Eles não abrem espaço para conversamos e quando abrem, no final cobram mais resultados ou jogam na nossa cara que a porta está aberta para a gente sair se não estamos satisfeitas. É uma situação complicada, mas devemos lutar contra isso. É um direito nosso e ninguém entra em uma empresa pensando que não vai ser valorizado.”

Fonte: SEEB – SP / Elenice Santos

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