As entidades sindicais e o Santander discutem as mudanças nos planos de previdência complementar nesta quinta-feira, dia 28, às 11h30, na Sala Ipiranga, no prédio do ex-Banespa, no centro de São Paulo. A negociação foi agendada durante o Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), ocorrido na terça-feira, dia 26.

Antes do encontro, às 10h, a Contraf-CUT reúne as Comissões de Organização dos Empregados (COEs) do Santander e Real, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, para preparar os debates com o banco.

As mudanças, elaboradas sem diálogo com os bancários, foram apresentadas aos dirigentes sindicais na segunda-feira, dia 25, e debatidas na reunião do CRT. "Apesar de trazer avanços, como um plano de previdência complementar aos sem-prev, que era uma das reivindicações históricas dos trabalhadores, é muito baixo o percentual de 2% de contribuição da patrocinadora", afirma o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

"Para os sem-prev, a participação do banco pode chegar até 3%, mas só depois de 15 anos. No plano III do Banesprev, que é similar, o banco já contribui com até 5%", comparou o dirigente sindical. O funcionário pode fazer uma contribuição voluntária de até 6%, mas sem contrapartida do banco. "O banco deveria estabelecer paridade com a contribuição do empregado", propõe.

Além disso, há retrocessos inaceitáveis para os atuais 32.654 participantes do HolandaPrevi, que serão convidados a migrar para o novo plano, com menor contribuição da patrocinadora. O banco confirmou que houve uma equalização, o que representa perdas para muitos trabalhadores.

Na reunião do CRT, os bancários pediram ao Santander o adiamento da implantação das novas políticas para os empregados. O banco quer colocar o pacote em vigor já no dia 1º de junho.

"As mudanças têm muitos problemas. O Santander diz que está atendendo nossas reivindicações, mas na verdade os principais pontos ficaram de fora. A proposta foi construída de forma unilateral pelo banco e, do jeito que está, os bancários que têm o plano do HolandaPrevi terão perdas muito grandes", ressalta a funcionária do Real e diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Roseane Rodrigues.

A luta das entidades sindicais é para que nenhum bancário seja prejudicado com as mudanças. A orientação é que os funcionários do Santander não assinem nada e nem aceitem qualquer alteração nos planos de previdência e de saúde que traga prejuízos aos trabalhadores.

Fonte: Contraf-CUT e Seeb São Paulo