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Crédito: Seeb São Paulo

protesto_acordo_global_sp_santander.gifOs bancários do Santander realizam atos nesta quarta 7 e quinta 8 em concentrações e agências para pressionar a direção internacional da empresa a assinar o Acordo Marco Global. As manifestações acontecem nos Casas 1, 2 e 3, na Torre, além das agências, em São Paulo.

O Acordo Marco Global garante a todos trabalhadores do Grupo Santander no mundo direitos fundamentais e conquistas, como a organização sindical sem ingerência patronal e à sindicalização sem retaliações, repressão ou discriminação Em março, um seminário internacional realizado em São Paulo lançou as bases para o acordo.

As atividades não acontecem apenas no Brasil. Na mesma semana, protestos similares ocorrem em todos os países onde o banco está presente. A campanha foi deflagrada após o Santander nos Estados Unidos (que lá chama-se Sovereign Bank) iniciar uma campanha anti-sindical e de intimidação dos trabalhadores, com demissões e pressão após os bancários, que não contam com um sindicato que os represente, começarem a se organizar.

"Alguns bancários norte-americanos que se movimentaram pela criação de uma entidade representativa foram demitidos e o banco tem dito que é totalmente contrário à criação de qualquer sindicato. Não podemos e não vamos aceitar este tipo de atitude", afirma a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa. Ela lembra que em apenas um ano e meio, desde que o Santander comprou o Sovereign, ocorreram 2.700 demissões nos Estados Unidos, o que representa 23% do total de bancários.

Na semana que vem, trabalhadores do Santander de todas as partes do mundo viajam para Boston, nos EUA, para prestar solidariedade aos trabalhadores norte-americanos. Lá, realizaram encontros com membros da sociedade civil organizada e com representantes do governo do Estado de Massachusetts para debater a grave situação dos bancários no país e discutir os próximos passos da campanha pelo Acordo Marco.

"Queremos a reintegração imediata dos trabalhadores que foram injustamente demitidos, que o banco pare com a política de impedir os trabalhadores de exercerem seu direito legítimo de formar um sindicato e que a direção mundial do banco assine o Acordo Marco Global", diz Rita, que vai participar da comitiva internacional de bancários que irá a Boston. Ela lembra ainda que a UNI Sindicato Global já enviou uma carta ao presidente do Santander nos EUA, Gabriel Jamarillo, solicitando reunião.

Os representantes dos bancários brasileiros ouviram do presidente mundial do banco, Emilio Botín, na reunião que aconteceu em São Paulo no dia 29 de junho, que sua intenção é fazer do banco a melhor empresa do mundo para se trabalhar.

"A responsabilidade social é fator fundamental se ele realmente tem essa meta. Não é possível negar direitos básicos em paises onde atua, como permitir a organização em sindicatos e pagar salários dignos", diz Rita, destacando que Botín reforçou na reunião o fato de que na Espanha o Santander é a terceira melhor empresa para se trabalhar.

"Também queremos que o Santander seja o melhor no Brasil e em todo o mundo, mas para colocar isso em prática é preciso assinar o Acordo Marco e mostrar que essa intenção não é apenas discurso vazio", conclui.

Fonte: Seeb São Paulo