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Nesta terça-feira, 19 de abril, os bancários vão retardar a abertura do expediente ao público nas agências do Itaú Unibanco, em protesto contra as demissões em massa, terceirização de serviços, metas abusivas, assédio moral e falta de diálogo com a categoria profissional.
 

A diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba vai realizar atos públicos em frente às agências do Itaú Unibanco na capital paraibana para denunciar o descaso da direção da instituição financeira com os seus empregados. E convém ressaltar que o Itaú Unibanco bateu o recorde de lucro de todos os tempos no Brasil – foram R$ 13,323 bilhões de lucro líquido em 2010. Mesmo assim, continua demitindo e atendendo precariamente os clientes, usuários de serviços bancários e a sociedade. Esse absurdo tem que ser denunciado.
 
Os bancos compõem um dos setores que hoje mais lucra no Brasil, sendo beneficiados por uma política de juros altíssimos, pelo maior spread do mundo e por tarifas e taxas que engordam em bilhões os cofres dos banqueiros. Mas não é só isso que garante a alta lucratividade do setor. Na outra ponta do enriquecimento das instituições financeiras no país, constata-se um quadro de brutal exploração dos trabalhadores e de constantes medidas adotadas pelas empresas para “reduzir custos”, de demissões e terceirizações à imposição de metas e cortes de direitos trabalhistas.
 
Com as fusões e a automação do setor bancário, as demissões se tornaram constantes, e para aqueles que permanecem nos bancos, o ritmo e a jornada de trabalho são intensificados. O medo da demissão se torna uma ferramenta para assegurar a exploração do trabalhador e a rotatividade é enorme. A lógica que impera é a demissão de funcionários com algum tempo de casa e a contratação de outros, com salários bem inferiores, para executar as mesmas funções. A fusão entre bancos, característica do sistema capitalista, também tem gerado situações onde a inexistência de critérios objetivos para definir os salários faz com que muitos realizem as mesmas funções com salários absolutamente diferenciados.
 
Para Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, a sociedade tem que tomar conhecimento dos motivos pelos quais é tão mal atendida. “Além dos bancários, os clientes e a sociedade também são vítimas da mesquinhez dos banqueiros que, além de não contratarem mais funcionários, ainda se dão ao luxo de demitir bancários em massa, como está fazendo o Itaú Unibanco. É por isso que a categoria está mobilizada e protestando”, concluiu.
 
Hoje o sistema bancário privado não atua na perspectiva de crescimento com criação de novos empregos, desenvolvendo a economia brasileira. As fraudes nos contratos de trabalho são inúmeras, gerando inclusive uma divisão entre os trabalhadores. De um lado, em número cada vez menor, aqueles que tem suas garantias asseguradas pela Convenção Coletiva Nacional e pela legislação; de outro lado, os terceirizados, estagiários e cooperados, que trabalham por salários menores e sem qualquer garantia.
 
A divisão imposta pelos patrões alimenta o medo, a submissão e a desorganização, e é um poderoso instrumento de concentração de renda. Os salários e benefícios subtraídos dos trabalhadores também aumentam os lucros dos banqueiros e, com a sonegação de impostos, afetam diretamente os serviços públicos do conjunto da população.
 
É por isso que os bancários estarão protestando nesta terça-feira, 19 de abril, com retardamento da abertura do expediente ao público nas agências do Itaú Unibanco, das 10h às 12h.

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