Depois do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, ontem (11) foi a vez de outro banco público cortar as taxas de juros das operações de crédito. O Banrisul – do Estado do Rio Grande do Sul, comandado por Tarso Genro (PT) -, anunciou reduções que vão de 27% a quase 74% nos juros de diferentes modalidades de crédito.

As novas taxas do banco gaúcho passam a vigorar a partir de segunda-feira. Segundo Túlio Zamin, presidente do Banrisul, a nova tabela é uma resposta ao aumento da concorrência no setor, acentuada ainda pela entrada em vigor da portabilidade das contas dos correntistas e das operações de crédito.

Conforme o executivo, nos últimos meses o Banrisul percebeu uma maior "agressividade" dos concorrentes sobre seus clientes de algumas linhas de crédito. Mesmo assim, as carteiras da instituição mantêm trajetória "ascendente", e o balanço entre perda e conquista de novos clientes é "positivo" desde o início do ano, afirmou Zamin. A instituição tem cerca de 3,1 milhões de clientes.

O corte mais forte anunciado ontem será nos juros do cheque especial, que terá a taxa mínima reduzida de 3,22% para 0,84% ao mês. O cartão de crédito também terá os juros mínimos reduzidos de 9,15% para 3%, enquanto o consignado cairá de 1,5% (para servidores públicos) e 1,4% (aposentados e pensionistas do INSS) para 0,84%.

No financiamento de veículos, o piso irá de 1,45% para 0,98%, e no crédito pessoal com imóvel como garantia, de 1,65% para 1,2%. O crédito imobiliário também está sendo ajustado de 9% a 9,5% ao ano para a faixa de 8,4%.

No segmento pessoa jurídica, o custo mínimo mensal do financiamento de capital de giro cairá de 2,7% para 1,44%, e o desconto de cheques e duplicadas, de 2% para 1,35%. O adiantamento de recebíveis originados em vendas com o cartão próprio Banricompras terá a taxa mais baixa reduzida de 1,6% para 0,95%.

Zamin disse que, pelo menos no primeiro momento, a nova política de juros não altera a projeção de crescimento de 15% a 20% no total da carteira de crédito do banco neste ano ante o estoque de R$ 20,4 bilhões registrado no fim de 2011.

O executivo ressalvou que as previsões feitas no fim do ano passado não levavam em conta uma redução tão acelerada da Selic em 2012. "Mas por enquanto não faremos revisão do ‘guidance’, afirmou.

Apesar disso, o executivo explicou que o Banrisul vai buscar a ampliação da "escala" das operações para evitar perda de rentabilidade com a redução dos juros. "Nossa decisão é garantir maior competitividade e eficiência, com estratégias relacionadas aos custos de captação, despesas administrativas, aumento de escala e redução de perdas", disse.

Zamin acredita ainda que o corte nos spreads tende a diminuir a inadimplência devido aos custos menores para os tomadores. Os critérios de avaliação de risco, segundo o executivo, serão mantidos, sem afrouxamento.

O Banrisul encerrou 2011 com uma taxa de inadimplência de 2,38% (considerando atrasos superiores a 90 dias) e 2,76% (acima de 60 dias) e no primeiro trimestre não houve "descolamento" desses níveis, afirmou o executivo.

Fonte: Valor Econômico

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