Mesmo assim, nas licitações de Estados do Sudeste e Norte, essas mesmas empresas foram contratadas.
O Banco do Brasil iniciou no ano passado um longo processo de licitação simultânea em suas filiais nas cinco regiões, com o mesmo edital e as mesmas regras.
ATESTADOS
Nesse tipo de disputa, as empresas que comprovarem que já prestaram serviços de cobrança de dívida para outros bancos ganham a licitação -daí a importância dos atestados. A classificação é feita conforme a quantidade de serviços prestados.
A Rede Brasil Gestão de Ativos foi contratada em maio para cobrar dívidas de correntistas do Sudeste.
Segundo ata publicada pelo BB, contudo, a empresa foi excluída em março da licitação da filial de Brasília.
"Após diligências ao Banco John Deere, este não confirmou as quantidades informadas no atestado de capacidade técnica", afirma documento enviado ao Banco do Brasil pela instituição.
O Banco John Deere continua: "Não tínhamos conhecimento deste edital e declaramos um número de clientes informados a pedido da Rede Brasil e estes números não fazem parte da nossa carteira de cobrança".
ELIMINAÇÕES
As empresas Cercred e BNS Bureaux também foram contratadas em maio. A Cercred faz a cobrança de correntistas no Amapá, Pará e Tocantins, e a BNS presta serviços no Sudeste.
Antes de serem contratadas, as empresas foram eliminadas pelo próprio Banco do Brasil em outros Estados, nessa mesma licitação.
A filial de Brasília eliminou a BNS porque esta apresentou atestado de um banco para o qual não prestou serviços. "Após diligência ao Banco Fibra, este informou que a empresa Bureaux não [lhe] presta serviços."
A Cercred foi eliminada na licitação de Recife porque o BB verificou que o atestado do Banco PanAmericano apresentava números superiores à quantidade de serviços efetivamente prestados e, com a correção dos valores, a empresa não atingiu o mínimo exigido pelo BB.
Segundo o edital, o uso de atestado falso pode resultar na suspensão de empresas e na rescisão de contratos. A punição vale para o Banco do Brasil e suas subsidiárias.
Os contratos têm validade de até cinco anos. As empresas ganham uma comissão sobre o valor recuperado na cobrança. No total, 137 empresas fazem a cobrança extrajudicial do BB. O banco não informa quanto recebeu com a cobrança de dívidas.
Fonte: Filipe Coutinho – Folha de São Paulo
