Os funcionários do Banco do Brasil estão indignados com a ameaça de retirada das portas de segurança das agências, que a direção do BB anunciou na negociação com os funcionários no dia 2 de setembro. A alegação é de que não se trata de retirada das portas, mas mudança de "lay out" baseada em pesquisa junto a clientes.

O projeto-piloto prevê a retirada das portas de 45 agências no país, algumas em São Paulo. Para protestar, os trabalhadores realizaram manifestações nas agências Augusta, em São Paulo, e Jardim Bela Vista, em Osasco. Nesta última, após reunião, a Superintendência afirmou que a porta seria mantida. Outras agências ameaçadas são a Iguatemi e a 24 de Maio, ambas na capital.

A segurança é tema da mesa de negociação junto à Fenaban e das específicas do BB e da Caixa Federal. Nas negociações, os bancos argumentam que os números de assaltos vêm caindo, tratando o tema apenas como mera estatística.

"Pensar em segurança das agências do ponto de vista das estatísticas de registro de assaltos demonstra descaso com os clientes e trabalhadores, visando apenas o lucro. É um ato de irresponsabilidade", afirma a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Raquel Kacelnikas.

"As sequelas para as vítimas não podem ser contabilizadas para efeito de mudança de lay out. O número de assaltos não importa. Ainda que fosse um por ano, da porta para dentro é responsabilidade dos bancos. O Banco do Brasil alega que realizou pesquisa junto à população, porém tem de ser responsável e proteger trabalhadores e clientes. Não adianta falar que os assaltos estão sendo reduzidos enquanto o que vemos é clientes e trabalhadores sendo feitos reféns nas agências bancárias, a exemplo da agência de Vila Mutum em MT", lembra a dirigente.

Segundo o demonstrativo contábil consolidado do BB de junho de 2010, o banco registrou despesas com vigilância/segurança no valor de R$ 327 milhões no primeiro semestre de 2010, para um total de 4.984 agências, o que daria um custo por dependência, grosso modo, de apenas R$ 5.483/mês.

Outro dado importante é o custo irrisório de manutenção das portas giratórias, conforme licitação realizada pelo Banco do Brasil em abril de 2010, divulgada publicamente, e que custará R$ 385 mil para atender a 420 agências no estado de São Paulo.

"Em outras palavras, o banco deve estar economizando apenas R$ 918 em média por porta de segurança retirada, além do valor médio de uma porta, que também é baixo, de R$ 17 mil a R$ 23 mil. É esse o preço da segurança de clientes e funcionários?" questiona Claudio Luiz de Souza, diretor do Sindicato e representante dos funcionários na mesa específica do BB.

Pela lei federal 7.102/83, as portas de segurança podem ser consideradas um item opcional da determinação de artefatos que retardem a ação de criminosos.

Os representantes dos trabalhadores bancários e dos vigilantes apóiam o projeto de lei que atualizaria a lei e que prevê obrigatoriedade da instalação das portas de segurança com detector de metais e vidros blindados em todos os acessos ao público, inclusive no autoatendimento, além de outras exigências para garantir boa segurança a clientes e trabalhadores.

Fonte: Seeb São Paulo

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