O plano do governo da Espanha de usar recursos do Banco Central Europeu (BCE) para recuperar o Bankia foi rejeitado pela entidade da zona do euro, de acordo com funcionários da União Europeia consultados pelo jornal "Financial Times". 

O Bankia é o quarto banco espanhol e foi incorporado ao Estado espanhol após uma troca de uma dívida por ações. Com a reprovação do BCE, a Espanha pode enfrentar mais aumentos de juros para captar recursos no exterior e aprofundar a crise financeira.

Segundo a publicação, a instituição europeia não gostou do uso de títulos da dívida pública espanhola para compor o resgate de 19 bilhões de euros ao Bankia. Caso a operação acontecesse, o banco poderia usar os papeis para transações financeiras e pedir para retirar dinheiro do BCE.

Desse modo, a Espanha passaria ao banco da zona do euro a responsabilidade pelo resgate do Bankia, o que, de acordo com os funcionários do BCE, não foi aceito pela instituição. O jornal afirma que a operação faria com que fosse descumprida uma norma da União Europeia sobre o financiamento dos Estados.

O "Financial Times" ainda informa que Madri pretendia, com a operação, pressionar a União Europeia a socorrer o país e evitar que a Espanha sofresse um resgate financeiro aos moldes dos feitos na Grécia, na Irlanda e em Portugal, o que o governo de Mariano Rajoy não quer aceitar.

Após a negativa, os espanhóis tiveram que recorrer a empréstimos para garantir o resgate em dinheiro vivo, abandonando a ideia que, de acordo com o jornal, foi formulada pelos responsáveis pelo Banco da Espanha sem consulta ao BCE.

A publicação aponta que a tentativa frustrada de troca da dívida para resgatar o Bankia foi a principal razão para a saída de Miguel Fernández Ordoñez, presidente do Banco da Espanha, que renunciou ao cargo nesta terça-feira faltando um mês para o fim de seu mandato.

Fonte: Financial Times

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