Nesta terça-feira, 09 de abril de 2013, os diretores do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques (presidente), Robson Luís e Francisco de Assis ‘Chicão’ discutiram com o superintendente estadual do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), José Maria Vilar, as denúncias que a Entidade tem recebido do funcionalismo.
A reunião aconteceu na Superintendência Estadual da Paraíba do Banco, no Empresarial Epitácio Pessoa. Em clima bastante harmonioso, foram discutidos desde o não pagamento de horas extras e o registro de laudos realizados por empresas terceirizadas, até o estilo de gestão do próprio superintendente.
Não pagamento de horas-extras
Algumas agências não estão cadastrando no Sistema Integrado de Pessoal (SIP) as horas-extras feitas pelos funcionários (mesmo registradas no Registro Eletrônico de Ponto – REP e na Folha Individual de Ponto – FIP). De acordo com as denúncias, as horas-extras não estão sendo pagas por falta de dotação, e que, de acordo com o Diretor Administrativo e de Tecnologia da Informação (TI), Nelson Antônio de Souza, uma vez trabalhadas as horas-extras devem ser pagas. O superintendente Vilar informou que concorda totalmente com o Diretor Nelson, e que a superintendência fará um levantamento das horas-extras não pagas e solicitará a dotação necessária para quitar esse passivo.
Registro de Laudos Realizados por Empresas Terceirizadas
Os técnicos de campo da Central de Apoio Operacional (Cenop) estavam sendo pressionados a transcreverem no Sistema de Avaliação Técnica de Empreendimentos (SIAT), com suas matrículas, os laudos elaborados por empresas terceirizadas, sem conferir in loco, as informações contidas nos mesmos. Conscientes de que seriam responsabilizados por quaisquer informações inverídicas porventura colocadas nos respectivos laudos, os técnicos se recusaram a obedecer a recomendação e não cederam às pressões para assumirem a responsabilidade por um serviço de outrem.
Sem ter quem inserisse os referidos laudos no sistema, de maneira totalmente irresponsável repassaram essa incumbência para os gestores nas agências. O Superintendente alegou que não tinha conhecimento desse problema e que iria se inteirar da situação em relação aos gestores nas agências.
A diretoria do SEEB-PB ficou bastante surpresa e decepcionada com o fato dessas “orientações” – que poderiam comprometer a reputação, a carreira e, em casos mais graves, como desvios de recursos do FNE, poderiam comprometer até mesmo a liberdade dos funcionários – terem sido acatadas e repassadas pelo gerente executivo da Cenop, Francisco Leóstenis, que é membro da Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB).
“Ao aceitar esse tipo de procedimento, usando a desculpa de que é um funcionário do banco e faz o que a empresa mandar, conforme nos relataram os denunciantes, sua postura não deixa dúvidas de que ele está ao lado do patrão, e não dos trabalhadores”, arrematou Robson Luís, que também é funcionário do Banco.
Ameaças de Descomissionamentos
Sobre a denúncia do temor de uma onda de descomissionamentos na Paraíba, o superintendente informou que a Área de Negócios com as Micro e Pequenas Empresas (MPE) quer extinguir duas carteiras de MPE no estado, mas que ele solicitou um prazo até o final de 2013 para reavaliar e decidir pela extinção ou manutenção das mesmas, pois a jurisdição da agência (João Pessoa – Centro), que foi corrigida desde o início do ano, inviabilizava o crescimento das carteiras.
Estilo de Gestão do Superintendente
Sobre o fato de que alguns funcionários se sentem ameaçados pela forma como o superintendente se dirige a eles, direta ou indiretamente, José Maria Vilar recebeu a denúncia de forma tranqüila e se comprometeu a reavaliar sua postura, afirmando que é bastante espontâneo ao falar. Entretanto, Robson Luís enfatizou que “sua ‘espontaneidade’ está sendo interpretada pelos funcionários como uma postura ofensiva e ameaçadora”.
Orientações do Sindicato para o Funcionalismo do BNB
Ante tudo o que foi discutido com o superintendente estadual, a diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba orienta o funcionalismo do Banco do Nordeste a agir da seguinte forma:
=> O funcionário deve registrar suas entradas e saídas no REP e na FIP nos horários que elas realmente acontecem. Em caso de horas-extras não pagas, o fato dever ser comunicado tempestivamente ao Sindicato, para que a Entidade faça a devida cobrança;
=> Em hipótese alguma insiram laudos no SIAT, sem a convicção da veracidade das informações ali consignadas. E em caso de pressão, comuniquem o fato ao Sindicato;
=> Em casos de assédio moral, ameaças e ofensas praticados por seus gestores, imediatos ou não, denunciem as ocorrências ao Sindicato, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
Importante lembrar que o Sindicato manterá a identidade dos denunciantes em absoluto sigilo.
Fonte: Otávio Ivson / SEEB – PB
