Clientes se queixam que o número de funcionários nos caixas é cada vez menor. O Banco Central não regulamenta o tempo aceitável de espera na fila . Cabe aos estados e municípios fazer leis para diminuir o desgaste de quem vai ao banco.

O funcionário público Domenico Colacicco Neto não tem boas recordações da última visita à agência bancária. Veio pegar o cartão novo da conta e esperou três horas para um atendimento que durou apenas cinco minutos. Revoltado, ele guardou a senha de atendimento, como comprovante do descaso. Horário de chegada: 11h – horário de saída, anotado a caneta pela funcionária a pedido dele: 14h.

“O banco é financiado por nós. O mínimo que pode dar de contrapartida é um atendimento digno e decente”, reclama o funcionário público Domenico Colacicco Neto.

O Banco Central não regulamenta o tempo aceitável de espera na fila. Cabe aos estados e municípios fazer leis para diminuir o desgaste de quem vai ao banco.

O desrespeito ao público foi punido em Salvador (BA). Na cidade, uma lei municipal determina que os clientes devem ser atendidos em no máximo 15 minutos. A coordenação de defesa do consumidor do município interditou duas agências temporariamente. Cada uma ainda teve que pagar multa de R$ 5 mil.

Em São Paulo, uma lei municipal e outra estadual regulamentam a relação dos bancos com o cliente, mas as duas estão suspensas por liminar.
“É comum as pessoas esperarem três horas, eu não estou brincando”, diz um cliente.

“Normalmente tem cinco caixas e duas pessoas trabalhando”, reclama outro cliente.

Segundo a Febraban, o tempo de espera está diminuindo. Hoje, 15% dos atendimentos ainda levam mais de 30 minutos, tempo considerado inaceitável pelos clientes.

“O banco tem que tomar uma providência ou o consumidor que se sentir prejudicado tem hoje dentro de todos os bancos, até por norma do Banco Central, serviço de ouvidoria para atender as demandas individuais como essa”, aponta o diretor-adjunto da Febraban André Santos.

“A reclamação deve ser feita porque é a partir desse movimento que medidas poderão ser tomadas para inibir e buscar alternativas para os consumidores. Ele pode e deve reclamar sempre”, aconselha o economista do Idec Ione Amorim.

A Febraban fez um acordo com 19 instituições financeiras, que vale nas cidades onde não há lei local. Pela norma de autorregulação, os bancos devem atender os clientes em no máximo 20 minutos, podendo chegar 30 minutos em dias de pagamento e véspera de feriado. Acordo que nem sempre é cumprido.

Fonte: G1/Bom Dia Brasil

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