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O Brasil está gerando mais empregos precários e mal remunerados, aponta Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgado nesta sexta-feira (23) pelo IBGE.

Em 2017, o número de trabalhadores e trabalhadoras sem carteira assinada, portanto, sem direito a férias e 13º salário, entre outros benefícios, aumentou 5,7% – o de trabalhadores formais caiu 2%.

Além de não terem direitos, os informais recebem, em média, 44% menos do que o trabalhador que tem carteira assinada.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, esses dados mostram a incapacidade do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) de propor medidas para aquecer a economia do país e assim gerar emprego decente, e derrubam o discurso de que a reforma Trabalhista contribuiria para criar milhões de empregos no Brasil.

“O fato é que ele legalizou o bico por meio de sua reforma e, com isso, criou o cenário ideal para empresários inescrupulosos explorarem uma mão de obra que se torna barata pela total falta de opção e desespero”.

“O que gera emprego não é a retirada de direitos, não é flexibilização, é crescimento econômico. E a economia do Brasil só vai voltar de fato a crescer quando o governo aumentar os investimentos público e privado, e o povo voltar a consumir porque têm emprego e acreditam na política econômica”, diz Vagner.

O dirigente diz, ainda, que é preciso aumentar o acesso ao crédito, o gasto público e os salários, não o contrário, como os golpistas parecem acreditar. “Sem investimentos em máquinas, ciência, tecnologia e educação o país não voltará a crescer, muito menos gerar emprego decente e renda”, afirma Vagner.

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, confirma que a crise econômica contribuiu para a precarização do trabalho. Segundo disse em entrevista à um portal de notícia da grande imprensa,  só entre 2014 e 2017, o Brasil perdeu cerca de 3 milhões de postos de trabalho com carteira assinada e, “com isso, aumentou o número de trabalhadores contratados sem carteira assinada e por conta própria”.

Rendimento dos trabalhadores com carteira e dos sem carteira

Segundo o IBGE, no 4° trimestre de 2017 a média de rendimento mensal do trabalhador com carteira assinada no país era de R$ 2.090. Já o rendimento dos sem carteira assinada era de R$ 1.179 – uma diferença de R$ 911. No mesmo trimestre de 2016, a diferença entre o valor pago (já descontada a inflação) era menor – 40,5% ou R$ 818.

Trabalho por conta própria tem renda 25% menor do que os formais

A pesquisa também mostrou que o trabalho por conta própria aumentou 4,8% e que o rendimento médio em 2017 foi de R$ 1.567 – um pouco superior ao dos empregados sem carteira assinada, mas 25% menor que o dos trabalhadores formais.

Rendimento médio cresce 1,6% em 1 ano

O rendimento médio de todos os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros, com e sem carteira arteira assinada, cresceu 1,6% – no caso dos trabalhadores com carteira assinada o aumento foi de, em média, 3,6% maior do que o recebido no ano anterior. Já o rendimento dos sem carteira caiu 1,8%, enquanto o do trabalhador por conta própria subiu 1,2%.