Nesta sexta-feira, dia 26, às 9h, a Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) se reúnem com o Ministério da Justiça, em Brasília, para retomar as discussões sobre a proposta de projeto de lei de segurança privada, que foi encaminhada pelas entidades sindicais com o objetivo de atualizar a legislação e reforçar a proteção da vida de trabalhadores e clientes.

Os representantes dos bancários e vigilantes serão recebidos pela Secretaria de Assuntos Legislativos, responsável pela apreciação dos projetos de lei. O assunto já foi objeto de reuniões anteriores, durante o período do ministro Tarso Genro.

"A lei federal nº 7.102/83 tem cumprido importante papel de controle e definição de responsabilidade da segurança privada, no entanto, encontra-se defasada, diante do crescimento da violência e da criminalidade, sendo necessária adequá-la à realidade", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.

Outro assunto a ser tratado com o Ministério da Justiça é o crime da "saidinha de banco", que está apavorando trabalhadores e clientes em todo país. Até o dia 24 de agosto, conforme pesquisa nacional da Contraf-CUT e CNTV, 28 pessoas foram assassinadas neste ano em assaltos envolvendo bancos, média de mais de três mortes por mês, sendo 19 em casos de "saidinha de banco". É uma ação criminosa que começa dentro das agências e dos postos de atendimento e, por isso, requer medidas preventivas dos bancos.

"Não apoiamos a proibição do uso do celular, como defendem os bancos, pois a medida é ingênua, inócua e não resolve o problema da visualização das operações por olheiros", destaca Ademir. "Na realidade, proibir o celular significa a transferência da responsabilidade de segurança para os clientes, quando isso deve ser assumido dentro das agências pelos bancos e fora dos estabelecimentos pela segurança pública", defende.

Os bancários e vigilantes também pretendem alertar o Ministério da Justiça para o problema da utilização de correspondentes bancários, que substituem agências e postos de atendimento bancário, sem o emprego de bancários e vigilantes e sem qualquer equipamento de segurança.

"Trata-se de um modelo que não é de inclusão bancária, mas sim de exclusão da população de baixa renda, que está trazendo precarização do atendimento, insegurança e ainda coloca em risco o sigilo bancário dos clientes", aponta o diretor da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT com CNTV