Nesta quarta-feira, 6 de julho, é Dia Nacional de Mobilização da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e dos movimentos sociais (MST, Central de Movimentos Populares, Marcha Mundial de Mulheres e Via Campesina). Milhares de trabalhadores vão realizar, em diversas cidades do Brasil, atos de rua, paralisações em empresas de todos os setores e no serviço público, passeatas, panfletagens e protestos.
 

As mobilizações têm como objetivo pressionar os patrões e o governo federal, os governos estaduais, as prefeituras, os deputados e os senadores para que eles atendam as reivindicações e promovam as mudanças. Além disso, marcam o início das lutas do segundo semestre pelo emprego decente: manutenção e ampliação dos direitos dos trabalhadores e aumentos reais de salários.

De acordo com Artur Henrique da Silva, presidente nacional da CUT, mesmo sendo a eleição da presidenta Dilma Rousseff uma vitória para os movimentos sociais, há uma responsabilidade dobrada, principalmente com as diversas contradições dentro do próprio governo.

"O mandato começou com o discurso para desqualificar a política de valorização do salário mínimo e seguiu como a defesa do corte de R$ 50 bilhões no orçamento para controlar a inflação por meio da redução do investimento. Nenhuma palavra sobre a mudança na política macroeconômica, sobre a redução de juros e, pior, sem debate, discussão ou articulação com os trabalhadores", afirmou o dirigente.

Contra a violência no campo

A luta contra a impunidade dos assassinatos ocorridos no campo levou o presidente da CUT a participar das manifestações no Pará. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, em São Paulo, Artur destacou que, ao lado do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, cobrará das autoridades do Estado agilidade e, principalmente, maior participação do governo federal na investigação dos crimes. "Não podemos aceitar a criminalização dos movimentos sociais sem o combate efetivo da polícia federal. É preciso também que, tanto os governos do Pará e do Maranhão, quanto o governo federal, tenham uma atitude mais ousada onde o conflito assume cada vez mais um palco de assassinatos sem a apuração dos culpados."

Artur lembrou ainda a proposta da CUT de responsabilização de todo o conjunto da cadeia produtiva que utilize trabalho escravo. Dessa forma, as empresas também seriam punidas caso contratem fornecedores que utilizem formas degradantes de trabalho como o trabalho escravo e infantil e onde se notifiquem crimes como o assassinato de líderes sindicais e ambientalistas.

Veja as principais reivindicações:

– aumentos reais de salário neste segundo semestre

– menos impostos para quem vive apenas do salário ou da aposentadoria

– todos os direitos trabalhistas para quem é terceirizado

– fim do fator previdenciário

– melhores aumentos para todas as aposentadorias

– trabalho decente para todos

– que as empresas e os bancos sejam proibidos de dar dinheiro para candidatos a cargos políticos

– que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil sejam investidos em educação pública

– comida mais barata para o povo. Isso só será possível com reforma agrária e apoio aos pequenos produtores agrícolas

– redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário

– fim da violência na área rural e nas florestas

– fim do imposto sindical e liberdade para os trabalhadores decidirem como e quando financiar seu sindicato

– que os aeroportos não sejam privatizados

Veja a programação em alguns estados:

São Paulo
Em São Paulo haverá concentração na Praça da Sé, a partir da 10 horas da manhã, com a participação do Sindicato dos Bancários de São Paulo. "Entre as categorias de trabalhadores que têm negociação salarial nesse semestre está a dos bancários. Por isso daremos peso ao ato, reivindicando a manutenção e ampliação dos empregos, o trabalho decente e o aumento real dos salários já que os lucros dos bancos estão cada vez maiores", afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Alagoas
Paralisações em portas de fábrica e comércio. Às 9h, ato na Superintendência do Trabalho e Emprego, em Maceió

Amazonas
A atividade está marcada para as 8h, na Avenida Sete de Setembro

Bahia
No desfile cívico do 2 de julho, que marca a separação definitiva do Brasil do domínio de Portugal, a CUT levará as bandeiras do Dia Nacional de Mobilização. No dia 6, em Salvador, haverá panfletagem no centro, às 10h, e à tarde, na estação de transbordo de Cajazeiras

Ceará
Pela manhã, paralisação no Porto de Pecém. À tarde, os servidores da saúde e da área têxtil, em greve, se unem na saída da atividade do Pecém. Haverá também manifestação na reitoria da Universidade Federal da Bahia

Distrito Federal
No dia 5, os trabalhadores irão receber os parlamentares no aeroporto. Dia 6, às 9h, acontece um ato no Palácio dos Buritis, onde o MST permanecerá acampado do início ao final da semana. Às 15h, ocorre panfletagem na rodoviária de Brasília

Espírito Santo
A manifestação acontece no centro da cidade, com caminhada até o Palácio do Governo em defesa da implementação do Piso Nacional da Educação no Estado

Goiás
Café da manhã com imprensa e com entidades filiadas na sede da CUT-GO, às 8h. Depois, acontece coletiva e a seguir debate. Entidades filiadas também farão atividades no local de trabalho

Rio de Janeiro
No Rio, uma passeata com concentração na Candelária, às 16h, tomará a avenida Rio Branco até a Cinelândia, com grande participação de servidores públicos federais em greve

Rondônia
A passeata começa às 9h, na avenida Sete de Setembro, com concentração diante do Palácio do Governo. Em seguida, a mobilização segue para a frente dos Correios. Já os rurais irão paralisar as atividades nas fábricas de laticínios

Santa Catarina
Depois de a Marcha dos Catarinenses tomar conta de Florianópolis nos dias 30 e 1º de julho. No dia 6, os trabalhadores de Joinville, Blumenau e Florianópolis realizarão panfletagens pela cidade

Sergipe
À tarde, os trabalhadores e diversas entidades dos movimentos
sociais se reúnem diante do Tribunal de Justiça

Tocantins
Pela manhã, os trabalhadores ocuparão a avenida JK, próxima ao Palácio do Governo. À tarde, é a vez da concentração em Palmas, a partir das 16h

Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre, a manifestação será no Parque da Harmonia, com concentração a partir das 9h30. Após será realizada uma caminhada até o Ministério da Fazenda, passando pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Fonte: Contraf-CUT, com CUT e Seeb SP

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