Apesar de ameaçarem não participar e de dizerem que o negócio não é lucrativo, os banqueiros compareceram no leilão da folha de pagamento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que começou nesta quarta-feira, dia 5, e vai até quinta-feira, dia 6, em Brasília. O Ministério da Previdêicna informa que Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Santander, Itaú Unibanco e Mercantil deram lances. A Folha On Line inclui ainda Banrisul, Banco da Amazônia e Banco Cooperativo na lista.

O pregão foi dividido em 26 lotes, e seus compradores adquirem o direito de administrar pelos próximos 20 anos o pagamento das aposentadorias e pensões concedidas nos próximos cinco anos pelo INSS. O Bradesco ficou com o direito de administrar os pagamentos dos aposentados e pensionistas do lote 7, referente à cidade de São Paulo, pagando R$ 2,06 por benefício. O instituto informa que, mensalmente, concede aproximadamente 377 mil benefícios por mês no país.

Vale ressaltar que nada muda para os atuais 26,6 milhões de aposentados e pensionistas.

Lógica

A chiadeira dos banqueiros começou quando o governo federal, seguindo determinação do Tribunal de Contas da União, decidiu inverter a lógica e passar a cobrar dos bancos em vez de pagar cerca de R$ 250 milhões anuais para manter a folha de pagamento do INSS, uma das maiores do país. O Ministério da Previdência deu o primeiro passo e acordou com os bancos a isenção do pagamento. O próximo é o leilão.

Como reação, os bancos cogitaram esvaziar o leilão, apesar de já pagarem fortunas para folhas de pagamentos de outros órgãos públicos, como estados e municípios. Em 2007, por exemplo, a Nossa Caixa pagou a bagatela de R$ 2,1 bilhões pelo direito de administrar o pagamento dos servidores paulistas, mesmo tendo, por lei, o direito a administrá-la.

As instituições financeiras lucram alto com as folhas, pois, na prática, é como se fossem agregados novos correntistas, para os quais podem vender produtos e oferecer crédito, duas das fontes de capital mais rentáveis para as instituições financeiras. No caso do INSS, os bancos terão ainda mais uma vantagem – o crédito consignado – fonte de lucros com risco zero.

Fonte: Seeb São Paulo

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