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aumentorealdesalarioO técnico do Escritório Regional do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cloviomar Cararine, apresentou um cenário otimista para as negociações salariais em 2013 durante a etapa de Minas Gerais da VIII Jornada Nacional de Debates, realizada na terça-feira (4), no auditório da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Minas Gerais (Feticom), no Centro de Belo Horizonte.

Para Cararine, a tendência é a manutenção dos patamares dos últimos três anos, com 95% das categorias conquistarem ganhos reais, com o valor médio de 1,94% acima do INPC.

A VIII Jornada Nacional de Debates, com os temas Negociações Coletivas, Crescimento e Salários, é uma realização conjunta do Dieese e as centrais sindicais e tem como objetivo analisar as conjunturas econômica e política com vistas a orientar e dar subsídios para movimento sindical nas negociações salariais de 2013.

“Apesar do discurso de inflação que existe na mídia, a situação econômica é claramente positiva. O PIB deve alcançar 3% de crescimento; a taxa de câmbio está mais adequada para a competitividade das exportações e para a inibição da importação de produtos industriais; a taxa Selic, em termos reis, está no seu menor patamar históricos. Além disso, a inflação, apesar do alarido, tende a ficar dentro das margens estabelecidas pela meta pelo décimo ano seguido”, explicou Cararine.

O técnico, no entanto, prevê dificuldades e recomenda mobilizações do movimento do sindical para manter as conquistas dos anos anteriores. “O governo está comprando a pauta dos empresários de que é preciso aumentar a competitividade, com a redução de custos, o que inclui redução de salários, terceirização e desonerações. Eles colocam a culpa nos salários e tentam convencer a sociedade que os trabalhadores não são qualificados. Este discurso vem ganhando força e a mídia tem contribuído para isso.”

O secretário de Comunicação, Neemias Rodrigues, representante da CUT de Minas Gerais na VIII Jornada de Debates, concordou com o técnico do Dieese. “Sabemos das consequências da crise e que a inflação, temporariamente, cresceu, mas não podemos deixar que o debate da grande mídia reduza nossa capacidade de luta por melhores salários e melhores condições de trabalho nas campanhas salariais deste ano.”

Neemias aproveitou a ocasião para também falar de lutas conjuntas do movimento sindical. “Precisamos fortalecer a luta contra a terceirização, contra o projeto de lei 4.330/24. Uma das atividades em que as centrais estarão juntas e devem mobilizar toda a base para comparecer é a audiência pública do próximo dia 10, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Temos que impedir que este projeto vá para o plenário do Congresso Nacional”.

“No cenário atual, também é necessário todo o empenho pela ratificação da Convenção 158 da OIT, que não permite a demissão imotivada e, desta forma, a rotatividade da mão de obra. Outra questão é a luta pela democratização da comunicação. Precisamos estar juntos na coleta de assinaturas para que o projeto de iniciativa popular seja apresentado no Congresso Nacional”, concluiu o dirigente da CUT.

Fonte: Rogério Hilário/CUT-MG