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Trabalhadores intensificam mobilização em todo país

Em dia nacional de protestos por remuneração justa, nesta sexta-feira 16, dirigentes sindicais percorreram ruas do centro velho de São Paulo e dialogaram com bancários e a população sobre o andamento das negociações, que estão sendo marcadas pela postura da federação dos bancos (Fenaban) de dizer não às principais reivindicações dos trabalhadores.

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A quarta rodada de negociação acontece nesta terça 20, quando as instituições financeiras devem apresentar proposta às exigências dos trabalhadores.

Conforme orientação do Comando Nacional dos Bancários, cada dia de protesto foi alusivo a um dos temas discutidos com os bancos: no dia 14, emprego; 15, saúde; e nesta sexta 16 foi a vez de remuneração. No protesto também foi distribuída a edição de setembro do Jornal do Cliente.

> Leia a edição de setembro do Jornal do Cliente

O diretor do Sindicato Marcelo Gonçalves disse que é importante divulgar a Campanha Nacional e, ao mesmo tempo, conversar com as pessoas que utilizam os bancos. "Nossas reivindicações são justas e visam dar melhores condições de trabalho aos bancários, medidas que refletirão também no bom atendimento".

O dirigente sindical Rodrigo Pires lembrou que os bancários estão há semanas negociando com a Fenaban sem que tenha ocorrido resultados positivos. "Esse é o nosso momento e a nossa luta. Vamos juntos cobrar dos banqueiros para que apresentem uma proposta justa aos trabalhadores. A população tem de saber que o que cobramos é justo diante do lucro deles".

A situação dos clientes que pagam juros altos e sofrem com as filas em um ambiente caótico também ganhou notoriedade na fala do diretor do Sindicato João Roberto de Almeida. "O cliente sofre em qualquer tipo de serviço que fizer nos bancos. Sofre com as tarifas, com as filas, com a insegurança e, principalmente, quando depende de empréstimo", afirma.

Apoio

Uma bancária do Banco do Brasil disse que nunca esteve em situação tão complicada como agora. "A cada semestre que passa se comprova o lucro crescente dos bancos. Damos o máximo em nossos serviços e ao final não somos recompensados como deveríamos", disse indignada a trabalhadora.

Outra bancária diz que ouviu, em algumas reuniões, gestores falarem que ao invés de pensar em aumento os funcionários deviam pensar em bater metas. "Teve uma vez que um de nossos gestores riu na nossa cara, dizendo que se quiséssemos aumento deveríamos trabalhar sem fazer as pausas para almoço. E que os nossos salários poderiam crescer se no fim de semana vendêssemos títulos de capitalização ou algum produto do banco para nossos parentes e amigos", diz uma trabalhadora do Bradesco revoltada com os resultados das negociações até o momento.