A fatura do cartão de crédito vai ficar mais cara. O cheque especial também. Esses serão alguns dos efeitos da mais nova medida macroprudencial adotada pelo governo. Há instantes, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciaram mais uma elevação de IOF. Só que, dessa vez, o foco é a inflação.

Foi anunciado aumento do IOF para empréstimos de pessoas físicas, de 1,5% a 3% ao ano. Isso significa que uma conta de R$ 1.000,00 no cartão de crédito no ano, ao invés de incluir R$ 15,00 de imposto, incluirá R$ 30,00.

Os economistas ainda estão fazendo as contas do impacto dessa elevação no total de crédito tomado no Brasil, mas já começam a surgir dúvidas sobre a efetividade da nova medida no combate à inflação.

"Faz parte da lógica que vem sendo seguida nas últimas semanas. É uma medida para conter a expansão do crédito e da demanda", diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, que acredita na efetividade da medida. "Está dentro do diagnóstico da equipe econômica, de atacar a inflação em todas as frentes. Não adianta apenas elevar juros e tomar medidas fiscais."

Já um outro economista, que preferiu não ser identificado, acredita que, com todas essas medidas a conta-gotas, o governo "está criando um monstrinho". Para essa fonte, o melhor seria elevar de uma vez os juros e fazer ajuste fiscal para, então, esperar a inflação cair.

Ele admite, no entanto, que a alta do IOF para pessoa física pode provocar uma reação em quem concede crédito. Pela lógica, os bancos e financiadores optariam eles mesmos por moderar a concessão de crédito, já que o governo mostra uma determinação tão grande para restringi-lo. A ideia, nesse caso, seria evitar uma medida mais dramática do governo, ou se proteger caso ela seja tomada.

Fonte: iG – Aline Cury Zampieri

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *