Os funcionários do Banco do Brasil atrasaram nesta quinta-feira a abertura de uma agência em Porto Alegre, durante o Dia Nacional de Mobilização pela jornada de seis horas. A manifestação, que aconteceu no prédio da Rua Uruguai, também chamou atenção para a prática do assédio moral, a imposição de metas abusivas, por melhor atendimento à população e pela redução dos juros e das tarifas.

Além dos diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários), o ato contou com a participação de dirigentes da Fetrafi-RS e da Contraf-CUT.

O diretor de Formação do SindBancários, Ronaldo Zeni, relatou que a política do BB é de rebaixamento, ameaças, desprezo e desrespeito aos bancários que dedicaram anos de trabalho ao banco. "Somente em junho tivemos 959 colegas que acessaram na Previ a manutenção do padrão de renda, ou seja, uma questão que é uma conquista no seu Fundo de Pensão virou mais um instrumento de assédio por parte do bando, que chama downgrade", relatou.

O dirigente ainda denunciou que o superintendente Comercial de Curitiba, que em pleno processo de reestruturação de sua área, ao invés de privilegiar os colegas que construíram sua carreira com dedicação e empenho, nomeou seu filho em um cargo gerencial. "Por fim, o Sindicato tem recebido denuncias sobre a pressão para que os trabalhadores retirem a sua ação de 7ª e 8ª hora. Isso é uma clara demonstração de assédio moral e deve ser denunciada ao Sindicato imediatamente", afirmou.

Para o diretor do SinidBancários, Pedro Loss, os bancários estavam nas ruas para dizer o que o BB está fazendo com seus funcionários, ao impor uma jornada de oito horas diárias. "O banco também está voltado para os interesses privados, dos banqueiros estrangeiros e não da população. O que vemos hoje são as piores práticas, seja de assédio, de metas abusivas ou de descumprimento da lei. Por isso vamos seguir fechando agências. Essa luta é de todos", destacou o dirigente.

"Esta é uma importante manifestação que abre a nossa Campanha Salarial. O BB é uma instituição pública que pratica o assédio e o descomissionamento. Não vamos aceitar este tipo de postura, por isso este Dia Nacional de Mobilização", relatou o diretor do SindBancários e da Contraf-CUT, Paulo Roberto Stekel.

Funcionário do Itaú Unibanco e diretor do SindBancários, Antonio Augusto Borges, o Guto, disse que no mês de julho várias atividades denunciaram as políticas praticadas no Itaú Unibanco, como demissões imotivadas, imposição de metas abusivas, assédio moral, jornada excessiva, desvio de funções e desrespeito aos clientes e usuários do sistema financeiro. "O BB pratica a mesma política, porém exclui o trabalhador com renda inferior a R$ 2 mil, mandando para o auto-atendimento. O BB abandonou sua função social, enquanto aos funcionários são impostas metas inatingíveis e vendas casadas de produtos", relacionou.

Mauro Salles, diretor e presidente eleito do SindBancários, leu o e-mail de um funcionário do Banco do Brasil enviado ao Sindicato. Nele, o trabalhador relata a pressão do banco e os reflexos em sua vida pessoal, ocasionando doenças psicológicas.

"O relato desse bancário exemplifica a realidade e a violência sofrida pelos colegas do BB. Chamo a todos para se envolverem neste processo para que juntos possamos reverter essa situação. A lógica individual leva ao adoecimento", afirmou.

Representante eleita pelos bancários para o Comitê de Ética do BB, Karen D´Avila, aproveitou para fazer uma denúncia sobre a instância criada pelo banco. "Quero registrar a inoperância do Comitê de Ética do BB. Há mais de um ano que integramos o comitê e até agora nunca fomos acionados. Existem tantas denúncias de assédio e desrespeito por isso essa farsa precisa acabar", relatou.

Delegado Sindical da Agência Caminho do Meio do BB, Estevan Martins de Campos, relatou que os colegas que ganharam a ação de 7ª e 8ª horas no Maranhão foram descomissionados. "Aqui no RS já existem casos de assédio e pressão sobre quem ingressou com a ação. Não vai adianta. Quanto mais colegas ingressarem neste processo, mais força teremos, pois o BB não vai descomissionar todos. Estamos exigindo o que é nosso direito."

Por fim, o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Becelo, afirmou que o Dia Nacional de Mobilização é para exigir que o BB cumpra a jornada de 6 horas, direito conquistado pelos bancários. "Estamos aqui para denunciar à população as práticas de assédio, desrespeito e pressão impostas pelo BB aos seus funcionários. Temos muitas conquistas, mas a sua manutenção é uma luta diária. Nada do que conquistamos veio pela benevolência dos banqueiros. Agora que estamos iniciando mais uma Campanha e a mobilização é nossa arma para seguirmos avançando", conclui.

Fonte: SindBancários

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