Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) revela que Goiás é o terceiro estado com maior incidência de mortes envolvendo bancos em 2011. O estudo, com dados apurados até setembro, mostra o registro de três mortes em Goiás.

Com o assassinato do bancário Delclécio Leda Azevedo Neto, de 46 anos, no domingo, o número subiu para quatro óbitos. Goiás mantém a colocação, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, com 14 e oito mortes, respectivamente.

Delclécio sacava cerca de 400 reais em um caixa de autoatendimento na Avenida T-63 quando recebeu três tiros. A polícia prendeu dois suspeitos de serem os assassinos, sendo um menor de idade. Outros dois criminosos também participariam da quadrilha e são procurados pela polícia.

Em todo o Brasil, a pesquisa mostra que 38 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos naquele período, uma média de 4,2 mortes por mês. O número ultrapassa os casos verificados nos mesmos meses de 2010, quando ocorreram 18 mortes no País, um crescimento de 111,11% – em todo o ano passado foram apurados 23 óbitos. Nos primeiros nove meses de 2010 em Goiás, segundo o estudo, não foram registradas mortes dessa natureza.

O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, observa que a situação é preocupante, já que os números têm crescido a cada ano. "Mesmo que fosse uma só (morte) já seria o suficiente para nos preocupar", diz. Ele ressalta que a luta da entidade é achar soluções, junto com as instituições bancárias, para a redução dessa estatística.

Reforço

Para Cordeiro, a segurança em bancos deveria ser como a que é feita em aeroportos, com equipamentos eficientes. Segundo ele, essa segurança passa pela instalação de portas giratórias com bons detectores de metal já na entrada das agências. Além disso, ele diz que os vigilantes que atuam nos bancos devem ter treinamento específico para atuar nos estabelecimentos.

O presidente lembra que a chamada saidinha de banco foi o crime que mais provocou mortes, com 24 vítimas. Para ele, uma medida para frear as ocorrências seria a isenção de tarifas ao realizar transferências entre bancos. Além disso, Cordeiro cita a colocação de biombos e divisórias nas agências para dificultar a visualizarão de quem está nos caixas eletrônicos.

Para o tenente-coronel Divino Alves de Oliveira, da assessoria de Comunicação da Polícia Militar (PM), a primeira situação a ser observada é a pulverização dos serviços bancários para estabelecimentos que não são bancos.

O vice-presidente de relações institucionais da Associação de Bancos (Asban) em Goiás, Mário Fernandes Maia Queiroz, diz que o trabalho é feito com a Polícia Militar, e visa alertar a população como proceder em relação a saques – principalmente para evitar a saidinha de banco.

Fonte: O Hoje