Os bancários do Itaú realizam nesta sexta-feira (11) mais um dia de paralisações em São Paulo. Os trabalhadores pararam dez agências na região central da cidade, protestando contra as demissões, o assédio moral, as condições precárias de trabalho e a terceirização.

As mobilizações denunciam que a campanha de marketing "Vamos jogar bola" esconde a verdadeira face da instituição financeira. Quem vê a propaganda na mídia não imagina a realidade vivida pelos bancários.

"O Itaú está pisando na bola. As dispensas estão acontecendo sem que os funcionários tenham chance de se realocar ou se inscrever no Programa de Oportunidade e Carreira (POC). O Itaú dos comerciais da TV não é o Itaú do dia-a-dia. Os funcionários convivem com sobrecarga de trabalho e pressão pelo cumprimento de metas abusivas. Precisamos mudar essa realidade, que vem levando muitos colegas ao adoecimento", critica Jair Alves, diretor da Contraf-CUT e um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Na quarta-feira (9), os trabalhadores iniciaram uma nova série de manifestações para pressionar a direção do Itaú, denunciando a situação no banco aos clientes e à sociedade. Houve protestos em agências da zona leste da capital e no bairro do Cambuci, na região central.

Durante o ato, que abrangeu cerca de 700 bancários, os dirigentes sindicais distribuíram carta aberta à população, na qual relatam a política de demissões colocada em prática desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008.

O diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis, ressalta a necessidade de todos os setores darem sua contribuição ao país gerando mais empregos. "Mas o Itaú está na contramão. Enquanto gasta rios de dinheiro em peças publicitárias, bancários vão ao trabalho sem saber se será seu último dia. É uma forma perversa de economizar com os trabalhadores".

Daniel aponta que, além das manifestações públicas, o Sindicato irá tomar outras medidas para que o Itaú cesse as dispensas. "Queremos a retomada do processo de negociação, mas só voltaremos à mesa se o banco suspender as demissões. Enquanto isso não ocorrer, os protestos irão continuar".

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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